Edir Macedo perde definitivamente templos da Universal em Angola – Atividades da emissora Record também foram suspensas no país. Diz pastor à DCM
Segundo
reportagem do jornalista Gilberto Nascimento, da DCM notícias, o bispo Edir
Macedo perdeu definitivamente os templos de sua igreja, a Universal do Reino de
Deus, em Angola, e teve também suspensas no país, na semana passada, as
atividades de sua emissora de TV, a Record.
Há um temor
entre líderes da instituição de que ações semelhantes possam ocorrer em outros
países.
Em Angola,
51 dos cerca de 90 pastores e missionários brasileiros da instituição começaram
a ser avisados pelo Serviço de Migração e Estrangeiros de que deverão deixar o
país o mais rápido possível.
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Inauguração dia 06 de maio em Conchal |
Os vistos
dos religiosos brasileiros, ao vencerem, não deverão ser renovados, segundo o
governo.
A suspensão
da TV Record de Angola ocorreu em razão de a emissora ter como principal
dirigente um brasileiro, o também pastor Fernando Teixeira, quando a lei local exige
que seja administrada por um angolano.
O ato não
deixou de ser uma retaliação: a Record de Angola, como também a Record África e
a matriz no Brasil vinham fazendo ataques ao governo, à Justiça angolana e aos
novos líderes da igreja no país.
As últimas
decisões do governo angolano representaram uma pá de cal na tentativa de Macedo
de conter o movimento de religiosos locais iniciado no final de 2019, e assim
retomar o controle de seus templos.
O quadro
para Macedo, a partir de agora, tende a se agravar.
Ouvido pelo
DCM na tarde de sábado, dia 24, o bispo Felner Batalha, porta-voz e um dos
líderes da chamada Reforma da IURD em Angola, disse que a reprodução do
movimento iniciado ali começa a dar sinais em outros países, e deve chegar em
breve ao Brasil.
“Eu acredito
que a reforma da Igreja Universal vai acontecer aí no Brasil. Quem viver, verá.
Vai acontecer em Portugal, na Argentina, nos Estados Unidos. Vai acontecer em
Moçambique, na África do Sul, na Alemanha, em todos os países onde está a
igreja”, sentenciou.
Os problemas
ocorridos em Angola são os mesmos em todos os países, observou Batalha.
“As táticas
são as mesmas e os pastores estão cansados de viver na opressão, na humilhação
e discriminação. Então, a reforma é irreversível, vai acontecer”.
O bispo
angolano diz não poder dar detalhes de movimentos semelhantes iniciados em
outros países, pois “talvez atrapalhe o processo dos locais que eu citar”.
“Durante
muito tempo todo o mundo acreditou que o bispo Macedo era intocável e que ele
não perdia nenhuma causa. Mas o que está acontecendo aqui em Angola é prova de
que o bispo Macedo não é invencível. E quando há injustiças e crimes, quem de
direito tem de pagar”, afirma Batalha.
Os bispos e
pastores angolanos, após vários protestos contra a direção brasileira da
Universal, romperam definitivamente com Macedo em junho do ano passado, quando
assumiram o controle da maioria dos 400 templos da Universal no país.
O bispo
Batalha, antes, chegou a enviar uma carta a Edir Macedo relatando problemas no
país e pedindo providências ao líder máximo da Igreja. Disse não ter recebido
resposta.
Na Justiça,
os novos líderes angolanos acusaram a direção brasileira da IURD de vários
crimes, entre eles racismo, fraudes, evasão de divisas e expatriação de
capitais.
As denúncias
formalizadas foram encaminhadas à Procuradoria Geral da República de Angola no
ano passado. Bispos e brasileiros envolvidos em supostas irregularidades devem
ser julgados em breve no País.
A Universal
arrecada cerca de US$ 80 milhões ao ano em Angola. Esse dinheiro não ficava no
país, segundo os novos líderes angolanos, o que gerou a insatisfação e, em
seguida, a rebelião.
Edir Macedo
pediu ajuda ao presidente Jair Bolsonaro para que tentasse interceder junto ao
governo angolano. Bolsonaro enviou uma carta ao colega João Lourenço, pedindo
um “tratamento adequado” aos brasileiros e à Universal.
Mas não
adiantou. As decisões do governo de Angola têm sido favoráveis aos líderes
locais. A Universal se diz vítima de “um golpe religioso” e acusa os novos
líderes de serem “ex-pastores afastados por envolvimento em denúncias e
irregularidades”.
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