A busca por medicamentos acessíveis e eficazes para o combate
da covid-19 é intensa entre cientistas do mundo todo. Um passo importante pode
ter sido dado no Canadá.
Pesquisadores da Universidade British Columbia descobriram
que a proteína lectina pode se ligar à proteína Spike no vírus SARS-CoV-2 e
impedi-lo de acessar as células humanas saudáveis.
A Spike é responsável por acoplar o vírus no organismo
humano. Ela se envolve em glicanos (grupo de açúcares) para se esconder do
sistema imunológico da pessoa enquanto se prendem às células da corrente
sanguínea e aos órgãos principais.
O estudo, que teve apoio da Universidade de Linz e da Universidade
de Recursos Naturais e Ciências da Vida (Boku), ambas na Áustria, foi publicado
na plataforma da Universidade de Yale bioRxiv, e ainda precisa ser revisado por
outros cientistas.
Os pesquisadores desenvolveram em laboratório uma grande
diversidade de lectinas e encontraram duas que são capazes de se ligarem aos
glicanos (grupos de açúcar) da proteína S.
De acordo com o pesquisador Josef Penninger, da British
Columbia e diretor do Instituto de Ciências da Vida em Vancouver, a partir
dessa descoberta pode ser possível a fabricação de um medicamento para tratar a
covid-19.
"Nossa ideia é aproveitar essa propriedade para
desenvolver um medicamento para combater a covid-19. As lectinas ocupariam
locais nevrálgicos diretamente na proteína S e, assim, interromperiam a ligação
do patógeno às células. Já que a porta estaria bloqueada, porque a chave está
entupida de lectinas", disse o cientista ao site da universidade
canadense.
Os pesquisadores estão mais confiantes, porque o medicamento
pode ser eficaz também contra as variantes do SARS-CoV-2.
Um dos autores do manuscrito, Stefan Mereiter, da
universidade de Viena, explica: "Agora temos ferramentas à disposição que
podem ligar a camada protetora do vírus e, assim, bloquear a entrada do vírus
nas células. Além disso, esses locais de glicano são altamente conservados
entre todas as variantes circulantes do vírus, então este pode ser calcanhar de
Aquiles do SARS-CoV-2”, comemorou o cientista.
A mobilidade capturada por este método surpreendeu os
pesquisadores, porque a proteína S nas análises tridimensionais sempre aparece
relativamente fechada em fotografias de microscopia estática.
“Vimos que ele realmente se abre nas superfícies e que os
três braços são dinâmicos. As lectinas, por outro lado, conseguiram se prender
à estrutura por muito tempo em escala biológica”, afirmou o cientista Peter
Hinterdorfer, do Instituto de Biofísica da Universidade de Linz e um dos
autores do estudo.
Os tempos de ligação de até de um segundo são, na verdade,
uma longa vida útil para uma conexão molecular.
Com informações: SAÚDE/R7
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