Aneel cria nova bandeira tarifária, e conta de luz fica mais cara - Custo de 100 kilowatt-hora passará de R$ 9,49 para R$ 14,20 até abril
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (31) a criação de uma nova bandeira tarifária na conta de luz, chamada de bandeira de escassez hídrica. A taxa extra será de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh) consumidos e já entra em vigor a partir do dia 1º setembro, permanecendo vigente até abril do ano que vem.
O novo patamar representa um aumento de R$ 4,71, cerca de
50%, em relação à bandeira vermelha patamar 2, até então o maior patamar, no
valor R$ 9,49 por 100 kWh.
A decisão foi tomada em meio à crise hidrológica que afeta o
nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, principal fonte geradora de
energia elétrica no país. De acordo com o governo federal, é a pior seca em 91
anos. Com as hidrelétricas operando no limite, é preciso aumentar a geração de
energia elétrica por meio de usinas termoelétricas, que têm custo mais alto.
"Nós
trabalhamos para ter a oferta suficiente para a demanda de todas as unidades
consumidoras no país. Estamos presenciando a maior seca que o país, o Brasil,
já passou. E isso com reflexos na capacidade dos nossos reservatórios das
usinas hidrelétricas", afirmou durante coletiva de imprensa para anunciar as
novas medidas, em Brasília.
Ainda de acordo com o ministro, as medidas que vêm sendo
adotadas até agora estão surtindo efeito, mas a situação ainda está longe da
normalidade. "Nós estamos em condições melhores do que estávamos no início
do mês de agosto. E isso mostra que as medidas estão surtindo efeito, mas ainda
não nos levam à uma situação de normalidade ou mesmo de conforto, por isso que
nós estamos adotando todas essas demandas".
"Nós
temos que ter uma geração adicional para enfrentar a escassez hídrica. Nessa
geração adicional está contemplada a importação de energia da Argentina e do
Uruguai, geração termoelétrica adicional", explicou
André Pepitone, diretor-geral da Aneel, em coletiva de imprensa para anunciar
as novas medidas.
Todos os consumidores do mercado cativo das distribuidoras de
energia elétrica serão abrangidos pela nova bandeira tarifária, com exceção dos
moradores de Roraima, único estado que não está interligado ao Sistema
Interligado Nacional (SIN) e das cerca de 12 milhões de famílias inscritas no programa
Tarifa Social de Energia Elétrica.
Redução
voluntária
O Ministério de Minas e Energia também deu mais detalhes
sobre o Programa de Redução Voluntária de energia elétrica, voltado para os
chamados consumidores regulados, que incluem empresas.
O governo vai pagar um prêmio de R$ 50 por 100 kWh reduzido.
O patamar de redução é de no mínimo 10%, limitado a 20%. A expectativa da pasta
é obter uma redução média de 15% do consumo. Se isso ocorrer, a expectativa é
reduzir a demanda de energia em 914 megawatt hora (mWh) médio, volume de
energia suficiente para atender 4 milhões de domicílios e que representa cerca
de 1,41% da carga do Sistema Interligado Nacional. O programa vai perdurar até
o final do ano que vem.
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