Câncer já é a principal causa de morte de crianças e adolescentes - Oncologista alerta para importância do diagnóstico precoce
Embora o câncer em crianças seja uma doença rara, ele é
responsável pela maioria das mortes entre crianças e adolescentes de 1 a 19
anos de idade, da ordem de 8% do total, de acordo com o Instituto Nacional de
Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca).
“É a
primeira causa de morte por doença no Brasil e nos países desenvolvidos. Ele
(câncer) só perde para causas externas, como traumas, e outros agentes
externos”, disse hoje (14) à Agência Brasil a oncologista e membro da
diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) Flávia
Martins.
Os três tipos de câncer mais comuns entre crianças e jovens,
por ordem de frequência, são leucemias, tumores no Sistema Nervoso Central
(SNC) e linfomas.
O mês de setembro é reservado à conscientização e combate ao
câncer infantojuvenil.
Reconhecimento
A oncologista alerta que o reconhecimento dos sintomas pelos
pais é muito importante. “Prestar atenção
em febres contínuas. Lembrar que a criança tem, sim, febres, tem viroses,
infecções, mas elas duram, no máximo, entre três e cinco dias, e não costumam
deixar a criança prostrada, não costumam causar dor”. Outro sinal
importante, segundo a médica, é a palidez.
“Quando a
criança está um pouquinho descorada e menos ativa, os pais devem levar em
consideração e levar para uma avaliação médica. Qualquer sintoma neurológico,
como estrabismo, quando a criança fica vesguinha, ou a criança reclamar de
alteração visual súbita, dor de cabeça”.
A oncologista reconheceu que os sintomas de alerta são mais
fáceis de serem detectados pelos médicos. Já os sintomas mais comuns a outras
doenças, como febre e dor de barriga, acabam passando despercebidos.
Qualidade
de vida
Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar
Gomes da Silva (Inca) para o triênio 2020/2022 estimam 8.460 novos casos por
ano de cânceres infantojuvenis, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para
o sexo feminino.
Segundo o Inca, o progresso no tratamento do câncer na
infância e na adolescência nas últimas quatro décadas foi extremamente
significativo. “Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da
doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros
especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento
adequado”, informa o Inca.
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