Medalhista na natação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020,
Wendell Belarmino, disse, nesta segunda-feira (20), que o principal meio das
crianças conhecerem os esportes em geral e das crianças com deficiência
conhecerem o esporte paralímpico é por meio das aulas de educação física nas
escolas. “[É preciso] trabalhar uma modalidade adaptada para o aluno com
deficiência saber que aquilo existe”, disse Belarmino. “De certa forma isso vai
ser bom também para que os outros alunos conheçam também o esporte paralímpico
e saberem que aquilo existe, saberem que aquilo é realmente um esporte, é
realmente um esporte de alto rendimento, são realmente atletas.”
Wendell, que é brasiliense e começou a praticar natação aos 3
anos, também disse que a divulgação dos esportes paralímpicos deveria ser
maior. “Hoje eu percebo que tem muito mais conhecimento do que é esporte
paralímpico do que há dez, quinze anos. Isso é muito bom”, disse.
O medalhista disse que acredita que, como aconteceu com ele,
o esporte serve principalmente para “mostrar que uma pessoa com deficiência
nada mais é do que uma pessoa comum que precisa de algum tipo de adaptação,
assim como você deve precisar de algum tipo de adaptação para fazer alguma
coisa no seu dia”.
Wendell Belarmino foi entrevistado pelo programa Sem Censura
da TV Brasil. O brasiliense nasceu com glaucoma congênito, que causou uma perda
gradativa da visão e atualmente tem 1,5% de resíduo visual. Em Tóquio, ele
ganhou uma medalha de ouro na categoria 50 metros livre S11, prata revezamento
misto 4x100 metros livre classe 49 pontos e bronze nos 100 metros borboleta
S11. No programa ele falou também sobre a natação, a carreira, os Jogos
Paralimpícos, a amizade com o nadador paralímpico Daniel Dias e sobre o
bolsa-atleta.
Sobre as competições em Tóquio, Wendell disse que a
competição em que ficou mais nervoso foi no revezamento, em que conquistou a
prata ao lado de Douglas Matera, Lucilene da Silva Sousa e Carol Santiago. “Nas provas individuais, eu
vou para me divertir. Eu vou bem tranquilo. Agora, no revezamento, é uma outra
coisa, porque você não está nadando só você, você tem mais três pessoas junto.
Já dá um nervosismo. Posso dizer que das quatro provas que eu nadei, foi a
única que eu estava com o coração realmente na boca”, disse.
Veja abaixo a entrevista completa:
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