Ministério da Agricultura confirma casos de vaca louca em dois estados no Brasil - Exportações de carne para a China foram suspensas
A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou hoje (4) a ocorrência de
dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como o mal
da vaca louca, em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte
(MG). A confirmação foi feita nessa sexta-feira (3) pelo laboratório de
referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá.
De acordo com a pasta, todas as ações sanitárias de mitigação
de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo
laboratório. “Portanto, não há risco para a saúde humana e animal”, destacou,
em nota.
Os dois casos atípicos, um em cada estabelecimento, foram
detectados durante a inspeção realizada antes do abate dos animais. “Trata-se
de vacas de descarte que apresentavam idade avançada e que estavam em decúbito
[deitadas] nos currais”, explicou.
Conforme preveem as normas internacionais, o Brasil também
notificou oficialmente a OIE da ocorrência. No caso da China, em cumprimento ao
protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, as exportações de carne
bovina ficam suspensas temporariamente. A medida, que passa a valer a partir de
hoje (4), ficará em vigor até que as autoridades chinesas concluam a avaliação
das informações já repassadas sobre os casos.
O país asiático é o principal destino da carne brasileira,
segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
No mês de julho foram exportadas 91.144 toneladas do produto, crescimento de
11,2% em relação ao mesmo mês de 2020, com alta de 19,1% nas receitas, somando
US$ 525,5 milhões. No acumulado, de janeiro a julho de 2021, os embarques para
a China já somam 490 mil toneladas e receitas de US$ 2,493 bilhões, crescimento
de 8,6% e 13,8%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período de 2020.
O Mapa esclareceu ainda que a OIE exclui a ocorrência de
casos atípicos da vaca louca para efeitos do reconhecimento do status oficial
de risco do país. “Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de
risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no
comércio de animais e seus produtos e subprodutos”, completou.
Segundo o ministério, estes são o quarto e quinto casos
atípicos da doença registrados em mais de 23 anos de vigilância do país. Eles
ocorrem de maneira espontânea e esporádica e não estão relacionados à ingestão
de alimentos contaminados. A pasta destacou que o Brasil nunca registrou a
ocorrência de caso clássico do mal da vaca louca.
*Com informações: Agência Brasil
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