Boletim da Fiocruz mostra sucesso da vacinação contra a covid-19 - Pesquisadores, no entanto, alertam que a população deve ter prudência
O Boletim Observatório Covid-19, divulgado hoje (7) pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra que o sucesso da vacinação na prevenção
de formas graves e fatais da doença é traduzido na redução no número de casos e
óbitos, e, ainda, na estagnação na taxa de ocupação de leitos de UTI para
adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) em patamares baixos, na maioria dos
estados. Os pesquisadores da Fiocruz consideram, no entanto, que a população
deve ter prudência e continuar usando máscara e mantendo as demais medidas
preventivas, como higienização das mãos, distanciamento social e uso de álcool
gel, para bloquear a circulação do vírus.
O Índice de Permanência Domiciliar se encontra próximo de
zero desde o mês de julho. Isso significa que a intensidade de circulação de
pessoas nas ruas é similar à observada no período pré-pandemia. Os
pesquisadores alertam, porém, que essa ausência de distanciamento físico reúne
diversas formas de aglomeração, que vão desde o transporte público até
atividades de comércio e lazer.
“Em
qualquer dessas situações, há uma exposição prolongada de pessoas em espaços
confinados. E isso ocorre com pouco mais de 40% da população com esquema
vacinal completo”, adverte a Fiocruz.
Os pesquisadores defendem também que atividades que
representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com
comprovante de vacinação. Os cientistas que integram o Observatório Covid-19
avaliam que não é prudente, nem oportuno, “falar em prazos concretos e datados
para o fim da pandemia”, mas em garantir que sejam tomadas as medidas
necessárias para que esse dia possa se aproximar com maior rapidez.
Mortalidade
A mortalidade por covid-19, atualmente, gira em torno de 500
casos por dia. O boletim sinaliza queda expressiva em comparação ao pico
registrado em abril, quando foram notificados mais de 3 mil óbitos diários.
Mas, apesar da retração, os números ainda demonstram que a transmissão
permanece, bem como a incidência de casos graves que exigem cuidados
intensivos.
Ao longo da última semana, foi registrada média de 16.500
casos confirmados e 500 óbitos diários por covid-19. De acordo com o boletim da
Fiocruz, isso mostra ligeira alta do número de casos (0,4 % ao dia) e queda no
número de óbitos (0,7% ao dia). A circulação de pessoas nas ruas e a
positividade de testes permanecem, contudo, elevadas.
Os pesquisadores salientam que o fluxo de notificação
irregular pode levar a decisões por vezes inoportunas ou baseadas em dados
atrasados e incompletos. Reforçam, porém, que a tendência de estabilidade ou
redução desses indicadores, apesar das oscilações apuradas nas últimas semanas
epidemiológicas, demonstra que a campanha de vacinação está atingindo um dos
seus principais objetivos, que é a redução do impacto da doença, com menos
óbitos e casos graves, embora sem o bloqueio da transmissão do vírus. A
evolução dos óbitos e da cobertura vacinal chama atenção para o fato que as
curvas têm direção oposta, indica o boletim.
O boletim informa que na maioria dos estados, de acordo com
dados coletados no dia 4 de outubro, as taxas de ocupação de leitos de UTI
covid-19 para adultos no SUS apresentam relativa estabilidade, com índices
inferiores a 50%. O Espírito Santo, entretanto, se mantém na zona de alerta
intermediário desde 20 de setembro e constitui a exceção mais preocupante,
porque, apesar da manutenção no número de leitos, a taxa de ocupação é de 75%.
O Distrito Federal, por sua vez, voltou à zona de alerta crítico, com 83%,
depois de semanas promovendo a retirada de leitos covid-19.
Ainda de acordo com o boletim da Fiocruz, foram registrados
pequenos aumentos nas taxas em Mato Grosso do Sul e Goiás. Esses dois estados
tiveram também diminuições na quantidade de leitos abertos, o mesmo ocorrendo
em Rondônia, Amazonas, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso.
Entre as capitais, o Distrito Federal (83%) está na zona de
alerta crítico, segundo o boletim da Fiocruz, e quatro estão na zona de alerta
intermediário: Porto Velho (65%), Vitória (73%), Rio de Janeiro (65%) e Porto
Alegre (63%). Estão fora da zona de alerta 22 capitais: Rio Branco (2%), Manaus
(52%), Boa Vista (45%), Belém (8%), Macapá (12%), Palmas (27%), São Luís (21%),
Teresina (37%), Fortaleza (26%), Natal (25%), João Pessoa (14%), Recife (50%),
Maceió (45%), Aracaju (16%), Salvador (24%), Belo Horizonte (50%), São Paulo
(40%), Curitiba (57%), Florianópolis (44%), Campo Grande (31%), Cuiabá (33%) e
Goiânia (42%).
Já entre as unidades da Federação, vinte e cinco aparecem
fora da zona de alerta: Rondônia (34%), Acre (4%), Amazonas (27%), Roraima
(45%), Pará (23%), Amapá (12%), Tocantins (33%), Maranhão (32%), Piauí (48%),
Ceará (32%), Rio Grande do Norte (22%), Paraíba (17%), Pernambuco (50%),
Alagoas (29%), Sergipe (16%), Bahia (27%), Minas Gerais (23%), Rio de Janeiro
(46%), São Paulo (31%), Paraná (52%), Santa Catarina (39%), Rio Grande do Sul
(54%), Mato Grosso do Sul (35%), Mato Grosso (35%) e Goiás (49%).
*Agência Brasil
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