Falta de material e custos impactam a indústria da construção -Situação persiste pelo quinto trimestre seguido
Pelo quinto
trimestre consecutivo, a falta de material da construção e o aumento dos custos
continuam sendo os principais problemas da indústria da construção, segundo a
pesquisa Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional
da Indústria (CNI) com o apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção
(CBIC), divulgada hoje (25). Os dois itens foram citados por 54,2% dos
empresários entrevistados.
Apesar de
continuar preocupando os empresários, a pesquisa mostra que houve uma pequena
redução em relação ao trimestre anterior, quando 55,5% dos entrevistados
manifestaram preocupação com a falta de materiais.
Os números
também mostram que houve um aumento da preocupação do empresariado com a
elevação da taxa de juros, ganhando força na passagem do segundo para o
terceiro trimestre deste ano. Enquanto no segundo trimestre menos de 10% dos
empresários manifestaram preocupação com os juros, no terceiro trimestre esse
número aumentou para 16%.
De acordo
com a CBIC, a alta pode ser comprovada pelo Índice Nacional de Custo da
Construção (INCC) para materiais e equipamentos, que acumulou, nos últimos 12
meses encerrados em setembro, alta de 30,24%, um recorde para o período, na era
pós-real.
“Os insumos
que mais influenciaram esse aumento, segundo o INCC, foram os vergalhões e
arames de aço ao carbono, os tubos e conexões de ferro e aço e os tubos e
conexões de PVC. A alta de custos é o principal problema da indústria, na visão
dos empresários”, informou a CBIC.
Os números
mostram ainda que mesmo com a falta de materiais e o aumento dos juros, há uma
expectativa do segmento de que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor suba para
5% neste terceiro trimestre, o que seria o maior crescimento dos últimos 10
anos.
A alta é
puxada pela melhora no nível de atividade da construção, que voltou a ficar
positivo em setembro, com 50,5 pontos, após apresentar pequeno recuo em agosto.
A melhora
das atividades da construção no terceiro trimestre, o incremento do
financiamento imobiliário, a demanda consistente, o avanço do processo de
vacinação, a desaceleração do aumento de preços dos materiais de construção,
mesmo que modesta, e a continuidade de pequenas obras e reformas são algumas
das razões que ajudam a justificar a projeção atual.
Com o
resultado, o setor fechou agosto com 2,512 milhões de trabalhadores com
carteira assinada. Esse número não era atingido desde novembro de 2015.
Os dados
também mostram que a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) encerrou o mês
de setembro em 65%, valor que é superior a sua média histórica, de 62%.
crescendo
cerca de 5% este ano, o seu patamar de atividades ainda está baixo, diz o CBIC.
Para que o
setor da construção volte ao pico de atividades, registrado em 2014, ele
precisa manter o crescimento de 5% ao ano até 2028. Se a expansão média ficar
no patamar de 3% ao ano, a recuperação do nível máximo de atividades ficará
para 2033.
Na avaliação
do presidente da CBIC, José Carlos Martins, os números mostram que o setor
poderia ter um crescimento maior, não fosse a falta de materiais e os aumentos
das taxas de juros.
“Os números apresentados comprovam que a indústria da construção é realmente uma Ferrari com freio puxado. Estamos andando bem, mas poderíamos andar muito mais. Difícil achar outro setor que sofreu uma inflação como o nosso, e o tanto que esse fator inibiu nossa capacidade de contribuir com o crescimento do PIB”, disse. *Com informações: Agência Brasil
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