PP já comemora filiação do presidente Bolsonaro - Ao se filiar, Bolsonaro deve mobilizar cerca de 40 deputados; sigla deve se transformar na maior da Câmara
“Bolsonaro entrou no grupo”, foi a mensagem registrada no
grupo dos deputados federais do PP. Houve comemoração. O deputado Guilherme
Derrite, aliado, se sentiu em casa recebendo o grupo político que vai
acompanhar a filiação do presidente Jair Bolsonaro.
O projeto é formar um grande partido que sairá ainda mais
forte das eleições do ano que vem. A transferência dos aliados do presidente
para o PP, vai criar o novo comando, a maior bancada na Câmara dos Deputados.
A disputa política do momento está exatamente em formar
bancada no Congresso e esta é a estratégia. A ordem é reforçar a base
governista, avaliando cuidadosamente cada Estado da federação.
Quem domina o Congresso acaba comandando as iniciativas
políticas. Ainda não está decidido oficialmente, mas tudo se encaminha para a
filiação do presidente Jair Bolsonaro, familiares e aliados ao PP.
O deputado Guilherme Derrite tem motivos para comemorar a
decisão. Primeiro porque é o partido em que ele está filiado. Depois, o PP sai
forte em São Paulo, com o deputado mais votado do país, Eduardo Bolsonaro, a
promessa de arrastar mais votos, a deputada Carla Zambelli e o Coronel Telhada,
estadual forte que já é do partido. A promessa de crescimento é evidente. O
presidente Jair Bolsonaro já foi do PP.
O PTB também abriu as portas para o grupo do presidente Jair
Bolsonaro. As tensões foram resolvidas, mas a volta do presidente para o PP
está sacramentada.
Mesmo preso em domicílio, o presidente do PTB, Roberto
Jefferson deu força para a filiação, contrariou aliados e até a filha, a
ex-deputada Cristiane Brasil.
Foi dele a decisão de fazer uma reunião de presidentes
regionais para aparar arestas. Cedeu onde não admitia, como o comando total da
sigla e a definição de candidatos para as capitais. O PTB, mesmo sem a filiação
do presidente, já decidiu apoiar o projeto de reeleição.
O capítulo decisivo para a ida do presidente para o PP foi
coordenado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Os dirigentes do
Norte resistiam. A popularidade do ex-presidente Lula na região é avaliada como
dificuldade para reeleição dos parlamentares e o sinal vermelho estava aceso. O
deputado André Fufuca, do Maranhão, e o líder na Câmara, Cacá Leão da Bahia,
foram os últimos a serem convencidos.
Além do trabalho forte do senador licenciado e presidente do
PP, Ciro Nogueira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, articulou fortemente o
passo político que se equivale a uma fusão partidária. Foi o presidente da
Câmara que deu a notícia para os deputados do PP de que já havia a decisão de
filiação e agora é a acomodação entre os representantes regionais.
Ao se filiar ao PP, o presidente Jair Bolsonaro vai mobilizar
perto de 40 deputados. Cerca de 30 saem do PSL, inclusive o líder do partido,
deputado Vitor Hugo, para acompanhar o presidente. A sigla vai crescer e se
transformar na maior da Câmara, ultrapassando até a fusão DEM/PSL, que perderá
deputados para o novo destino do grupo de aliados bolsonaristas. O PP deve
chegar perto de 80 deputados.
O partido União Brasil, formado da junção do DEM com o PSL,
terá 82 deputados, mas vai perder pelo menos 35 parlamentares.
A nova sigla segue caminho contrário ao presidente Jair
Bolsonaro e pode apoiar o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, ou o
ex-ministro Henrique Mandetta. Em conversa com o presidente Jair Bolsonaro,
ouvi dele, que já estava atrasado na definição do partido.
Ele se demonstrou preocupado principalmente com o destino dos
deputados aliados. Até liberou para que candidatos e deputados decidissem por
conta própria os destinos políticos. O presidente teve dificuldades para
filiação, pelas exigências apresentadas.
A estratégia é chegar e comandar. O domínio inclui definir
candidaturas, controles regionais e principalmente a chave do cofre. Este
último ponto, vira palavrão em se tratando de partido político, que por aqui
funciona como uma lojinha, pronta para faturar.
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