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Santa Casa de Piracicaba implementa o que há de mais novo em tratamento do AVC: a trombectomia mecânica - Novos tratamentos aumentam chances de zerar sequelas e diminuir casos de morte por AVC



Hoje, 29 de outubro, é Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral), a segunda causa de morte no mundo e a primeira causa de incapacidade, sem distinção de idade e gênero. Referência regional e único hospital da cidade credenciado pelo Ministério da Saúde para o atendimento Linha de Cuidado ao AVC, a Santa Casa de Piracicaba manteve em 2020 uma média mensal 46 pessoas atendidas no Hospital vítimas de Acidente Vascular Cerebral. Em 2019, esse número era de 41 pessoas em média, por mês.


De acordo com o neurocirurgião intervencionista da Santa Casa de Piracicaba e do Santa Casa Saúde Piracicaba, Dinark Viana, a prevenção pode evitar 90% dos casos. Segundo ele, o reconhecimento dos sinais de alerta do AVC e o rápido tratamento de urgência em um centro de AVC diminui a chances de sequelas.

 

"O Acidente Vascular Cerebral decorre de uma alteração do fluxo de sangue no cérebro, processo que leva à morte células nervosas na região cerebral atingida", disse o médico.

Ele revela que o tratamento da doença tem evoluído desde a década de 1990 e, hoje, a Santa Casa mantém equipes treinadas e equipamentos de última geração para o tratamento do AVC. Dinark explica que, quando falamos em tratamento é importante diferenciarmos o AVC isquêmico do hemorrágico. Até a década de 90, havia pouco o que podia ser feito para aqueles pacientes que se apresentavam com AVC do tipo isquêmico, pois inexoravelmente ele ficaria sequelado, se a área cerebral comprometida fosse relevante. A partir de 1995, um importante avanço no tratamento desse tipo de AVC foi o desenvolvimento de novas terapias capazes de dissolver o trombo, como a alteplase (trombolítico), e restaurar o fluxo sanguíneo para o cérebro.


"Entretanto, esse medicamento precisa ser realizado em até 4,5 horas do início dos sintomas presenciados por alguém", lembrou o neurocirurgião. Mesmo assim, até 25% dos pacientes podem não melhorar com essa medicação. Devido à essa limitação, foi desenvolvida uma nova técnica comprovada desde 2015 por diversos estudos internacionais e que está em processo de implantação na Santa Casa. Ela permite desobstruir a artéria acometida extraindo o trombo do vaso entupido, por meio do tratamento endovascular, um cateterismo cerebral.

"Esse procedimento chama-se trombectomia mecânica e pode ser aplicado em até 24 horas do início dos sintomas, respeitando-se algumas regras”, explica Dinark, que está à frente deste trabalho juntamente com a equipe de coordenadores de enfermagem do Hospital para a implantação do procedimento.


Segundo o médico, o tratamento do AVC hemorrágico também é mais eficiente quando o paciente tem atendimento nas primeiras horas após a intercorrência. “Naqueles casos em que o coágulo é volumoso ele pode comprimir o cérebro, aumentando a pressão dentro do crânio levando o paciente à morte em poucas horas. Nessa situação, o paciente deve ser submetido a uma neurocirurgia para drenagem do hematoma. Quando a hemorragia é decorrente da ruptura de um aneurisma cerebral, o foco do tratamento é ocluir essa lesão; o que pode ser feito por meio da clipagem por neurocirurgia aberta ou mais recentemente pela realização de embolização”, enfatiza.

SINTOMAS

De acordo com a enfermeira e gestora do Cuidado, Denise Lautenschlaeger, 1 em cada 6 pessoas no mundo terá um AVC durante toda sua vida, sendo que alguns sinais que o corpo dá,  ajudam a reconhecer um AVC. “Os principais sinais de alerta são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão; alteração na visão em um ou ambos os olhos; alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente”, explica.

Ela revela ainda que vários são os fatores que aumentam a probabilidade de um AVC, como hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool e de drogas ilícitas, idade avançada, sedentarismo e histórico familiar.

"Aos primeiros sintomas é fundamental ligar para o SAMU (192), Bombeiros (193) ou levar a pessoa imediatamente ao hospital, de preferência que seja credenciado para esse tipo de atendimento, já que as equipes passam por treinamento e qualificação constantes. Quanto mais rápido for o atendimento, maiores serão as chances de sobrevivência e recuperação total", orientou a gestora.

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