O papa
Francisco alertou hoje (6) que muitos jovens "estão nas redes sociais, mas
não são muito sociáveis", vivendo "prisioneiros dos seus
telemóveis". Durante encontro em Atenas, na Grécia, Francisco pediu que
eles se encontrem e não se fechem. Ele encerrou visita ao país, onde chegou no
sábado passado procedente do Chipre, em sua 35ª viagem.
"Corremos
o risco de esquecer quem somos, obcecados por milhares de aparências, por
mensagens esmagadoras que fazem a vida depender das roupas que vestimos, do
carro que conduzimos, da maneira como os outros nos olham", alertou o
papa, no pavilhão desportivo da escola internacional de São Dionísio das monjas
ursulinas de Atenas, diante de jovens, professores e religiosos, sentados a
distância devido às medidas de combate ao novo coronavírus.
Francisco
aconselhou os jovens a reconhecerem o seu próprio valor, por aquilo que são e
não por aquilo que possuem. "Não tens valor pela marca de roupa ou calçado
que usas, mas porque és único, és único", disse.
As sereias
de hoje "querem hipnotizá-los com mensagens sedutoras e insistentes"
e "visam o lucro fácil, as falsas necessidades do consumismo, o culto ao
bem-estar físico, a diversão a todo o custo", disse.
"Queres
fazer algo novo na vida? Queres rejuvenescer?" perguntou Francisco.
"Não te contentes em publicar um post ou um tuíte. Não te contentes com
encontros virtuais, procura os reais, principalmente com aqueles que precisam
de ti; não procures visibilidade, mas sim os invisíveis. Isso é original, isso
é revolucionário", afirmou.
Para o papa,
atualmente muitos jovens "estão nas redes sociais, mas não são muito
sociáveis, encerrados em si mesmos, prisioneiros do telemóvel que têm nas
mãos". "No ecrã [tela] falta o outro, os seus olhos, a sua
respiração, as suas mãos", insistiu.
O papa pediu
aos jovens que saiam "das suas zonas de conforto" porque, embora
"seja mais fácil sentar-se no sofá em frente à televisão", isso é
"algo de velhos".
"Ser
jovem é reagir, abrir-se quando se sente só, procurar os demais quando vier a
tentação de se fechar", acrescentou.
Ele deu um último
conselho: "Sonhem grande! E sonhem juntos! Mesmo que haja sempre alguém
que vos diga: `Deixem estar, não arrisquem, é inútil`". O papa considerou
esses últimos "como anuladores de sonhos, assassinos da esperança,
nostálgicos incuráveis do passado".
A viagem ao
Chipre e à Grécia foi marcada principalmente pela denúncia da indiferença dos
países europeus perante o problema das migrações.
*Agência Brasil
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