Doria deve anunciar desistência da disputa presidencial e ameaça implodir PSDB - anúncio deve ser feito nesta quinta-feira (31)
A sinalização de João Doria de que vai permanecer no cargo de
governador e desistir da disputa pela Presidência em 2022 mostra que ele, após
se sentir isolado dentro do PSDB, decidiu implodir o partido – começando por
São Paulo. A análise é de Andréia Sadi e Julia Duailibi, do G1/Politica.
O anúncio da decisão está previsto para a tarde desta
quinta-feira (31). E todo o esforço do PSDB neste momento é para que Doria
desista da ideia de ficar no governo de SP.
Doria, que sempre foi visto com um estranho no ninho tucano,
venceu as prévias para disputar a presidência da República pelo PSDB.
Para tanto, Doria precisaria anunciar a desistência do cargo
de governador de SP até o fim desta semana, entregando o cargo para Rodrigo
Garcia – que é o pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo.
Uma parte do partido, entretanto, está disposta a driblar
Doria e fazer com que o PSDB lance o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo
Leite, ao Planalto.
E a ideia desse grupo era, segundo aliados de Doria, esperar
o governador de SP deixar o cargo para só então iniciar formalmente o movimento
para sagrar Eduardo Leite candidato – deixando Doria sem mandato e sem
candidatura ao Planalto.
Sentindo-se traído, Doria resolveu contra-atacar, abandonando
a disputa presidencial e ficando no cargo de governador.
Com isso, a candidatura de Rodrigo Garcia ficaria
comprometida se não fizer a campanha eleitoral no posto de governador. E corre
o risco de desidratar. Aliados, como PP e do União Brasil, por exemplo, já
discutem migrar para a campanha de Tarcísio Freitas, apoiado por Bolsonaro.
A avaliação é a de que, sem uma candidatura forte, partidos
aliados não conseguem fazer bancada de deputados federais em SP.
Sem ser consultado e com seu futuro político ameaçado em meio
a esse tiroteio entre Doria e Aécio, Garcia decidiu entregar o cargo de
secretário de governo de Doria.
Aliados de Garcia tentam convencer Doria a renunciar ao
governo de São Paulo. Um grupo de tucanos também tenta demovê-lo da ideia
permanecer no cargo.
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