Com a greve dos garis desde a tarde desta segunda-feira (28), ruas do Rio acumularam lixo ao longo desta terça (29). https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/03/29/com-greve-dos-garis-lixo-se-acumula-pelas-ruas-do-rio.ghtml
Moradores das zonas Norte e Oeste e do Centro afirmaram que caminhões da Comlurb não passaram desde que a categoria anunciou o movimento.
O RJ1 percorreu a cidade e encontrou amontoados de sujeira nos seguintes locais:
- Campo Grande: antiga Estrada Rio São Paulo;
- Centro: ruas da Quitanda, Sete de Setembro, Tenente Possolo e do Senado;
- Méier: Rua Lopes da Cruz;
- Riachuelo: Rua 24 de Maio;
- São Cristóvão: Rua São Luiz Gonzaga;
- Tijuca: Rua São Francisco Xavier;
- Todos os Santos: ruas Paulo Silva Araújo e Curupaiti.
“Nós temos aqui ao lado o Rio Maracanã. Imaginamos que de repente cai uma chuva, tudo isso vai para os bueiros”, disse um morador da Tijuca.
Os poucos caminhões de lixo que circularam de madrugada, na Zona Sul do Rio, trabalharam com apoio da Guarda Municipal.
Os garis não aceitaram a proposta de reajuste da Comlurb.
“Nós estamos em greve procurando melhora todos nós. Isso é uma falta de respeito. Você está há três anos com inflação de 19,32 e ofereceram 5% hoje”, disse Manoel Martins Meireles, presidente do sindicato.
Uma nova audiência de conciliação vai ser feita entre a Comlurb e o sindicato na tarde de quarta-feira (30). Até lá, segundo os grevistas, apenas os serviços essenciais, como retirada de lixo de hospitais, escolas e feiras livres vão ser feitos.
O prefeito Eduardo Paes afirmou não ter visto “uma aderência grande à greve”.
“O que você vê são alguns baderneiros tentando aumentar isso. Eu entendo perfeitamente o problema dos garis. A hora que eu puder aumentar mais, vou aumentar correndo”, prometeu.
O anúncio da paralisação foi feito na tarde de segunda-feira (28), no Sindicato de Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município (Siemaco-Rio), que representa os trabalhadores da Comlurb.
A paralisação vale para os garis que atuam no Rio de Janeiro e, segundo o sindicato, a legislação será respeitada. Apenas um contingente mínimo continuará trabalhando, visto que a coleta de lixo é um serviço essencial para a cidade. De acordo com a categoria, a coleta em hospitais e escolas também será mantida.
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão:
- reajuste de 25% nos salários;
- reajuste de 25% no tíquete alimentação;
- conclusão do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS);
- implantação do Adicional de Insalubridade para os Agentes de Preparo de Alimentos (APAs).
Greve foi adiada por decisão da Justiça
Na última quarta-feira (23), os trabalhadores da Comlurb decidiram em assembleia que a paralisação da categoria teria início na madrugada desta segunda-feira (28). A decisão tinha como objetivo respeitar o prazo de 72 horas para o início do movimento, obedecendo assim a legislação trabalhista e o direito de greve. Nesse período de tempo, o sindicato esperava que a empresa fizesse uma nova proposta de aumento salarial.
Contudo, a resposta da Comlurb foi através da Justiça. Na sexta-feira (25), o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região acolheu um pedido da empresa para impedir a greve declarada pelo sindicato, reconhecendo ilegalidades que colocariam em risco o interesse público e a população.
Na decisão liminar, a Justiça determinou que o sindicato se abstivesse de deflagrar a greve sob pena de multa diária de R$ 200 mil, e que o serviço de limpeza não fosse interrompido.
No entendimento do sindicato, a decisão que considerou a greve ilegal tratava apenas da paralisação anunciada na assembleia de quarta-feira e que teria início na madrugada desta segunda. Os advogados do sindicato avaliam que o movimento de greve está respeitando as normas da legislação, visto que foi decidido após uma nova rodada de negociações que terminou sem acordo.
O que diz a Comlurb
Em nota, a Comlurb lamentou a decisão do sindicato e classificou o movimento de greve como "precipitado".
"Durante a reunião de conciliação realizada esta manhã no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com representantes da Comlurb, do Sindicato e da comissão dos trabalhadores, ficou acordada uma próxima audiência quinta-feira (31/03), às 11h. Durante a reunião, o TRT reforçou a ilegalidade da greve e a necessidade de manter a rotina de trabalho, evitando qualquer ação que impeça os garis de trabalhar, o que configura um crime contra a organização do trabalho", dizia um trecho da nota.
Após a divulgação da nota, a reunião foi antecipada para a tarde quarta-feira (30).
*Com informações: G1.
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