Menina de 5 anos morre após ser submetida a ritual em Minas Gerais - As investigações apontam que ervas e álcool foram jogados no corpo da criança durante a seita
Uma menina de 5 anos foi queimada viva durante um ritual de
evocação de espíritos malignos em Frutal, em Minas Gerais. Os avós, a tia, a
mãe da criança e um suposto líder espiritual foram presos nesta quarta-feira
(20), suspeitos do crime.
Segundo a Polícia Civil, a menina foi morta no dia 24 de
março. Inicialmente, os familiares disseram que houve um acidente doméstico
envolvendo uma churrasqueira na casa dos avós. Porém, as investigações apontam
que a vítima foi queimada viva durante um ritual.
“O fato foi noticiado como acidente doméstico, mas após isso
recebemos informações que não era acidente doméstico. A intenção das lesões, as
circunstâncias e até as versões divergentes que foram sendo apresentadas
durante as investigações revelaram que tinha algo oculto”, informou o delegado
Murilo Antonini em entrevista para a Rádio 97, em Frutal.
As investigações apontam que ervas e álcool foram jogados no
corpo da criança durante a seita. Em seguida, o líder espiritual teria ateado
fogo no corpo da vítima com o uso de uma vela. Familiares da vítima estavam no
ritual no momento do crime. Eles chegaram a ficar com queimaduras por tentarem
apagar o fogo, mas a menina teve quase 100% do corpo queimado.
“Foram ouvidas várias testemunhas, os médicos que atenderam a
menina e a perícia mostraram que não se tratava de acidente doméstico, mas sim
homicídio envolvendo familiares e tudo indica que foi praticado durante ritual
de evocação e incorporação de espírito”, complementou o delegado.
Investigação
A Polícia Civil deverá realizar a reconstituição do crime que
resultou na morte de uma criança de 5 anos durante um ritual de evocação e
incorporação de espíritos, em Frutal. Na quarta-feira (20), os avós, a tia, a
mãe da criança e um líder espiritual, suspeitos do homicídio, foram presos
durante a Operação "Incorporação da Verdade". A data para
reconstituição do caso ainda não foi marcada.
A informação é do delegado Murilo Cesar Antonini, que
divulgou um vídeo sobre alguns detalhes da investigação.
Antonini afirmou que, primeiramente, foi informado que havia
ocorrido um acidente doméstico, envolvendo churrasqueira e álcool no dia 23 de
março. A criança teve 100% do corpo queimado e, devido à gravidade dos
ferimentos, ela morreu no dia seguinte.
Porém, o pai da criança estranhou o comportamento da mãe, da
tia e dos avós, além da presença de um guia espiritual no local.
“Descartamos a hipótese de acidente doméstico e instauramos o
inquérito para apurar um homicídio culposo. Porém, ao longo da investigação
foram ouvidas testemunhas, os médicos que atenderam a vítima e também foram
juntados laudos policiais. Com esses elementos, concluímos que não houve
acidente doméstico e tampouco homicídio culposo, mas sim, homicídio doloso”,
explicou.
A partir daí, a Polícia Civil representou pela prisão da mãe,
dos avós e do guia espiritual e deflagrou a Operação "Invocação da Verdade".
Na ação, além dos cinco mandados de prisão temporária contra
os suspeitos, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, sendo
apreendidos celulares, documentos e outros materiais que podem auxiliar nas
investigações.
“Descobriu-se que a criança teria sido queimada durante um
ritual de evocação e incorporação de espíritos. Ela teria sido banhada com
álcool, misturado com ervas e uma vela acessa foi aproximada do seu corpo,
fazendo com que ela fosse queimada viva”, completou Antonini.
Após a conclusão do inquérito, com possível indiciamento dos
suspeitos por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar – ele
será remetido à Justiça.
Com informações do G1 e ND+
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