A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, assumiu que o
partido está mantendo conversas sobre a eleição presidencial com o MDB, sigla
que compõe a autointitulada “terceira via” e tem a senadora Simone Tebet como
pré-candidata. A declaração ocorreu nesta segunda-feira, 23, durante a primeira
entrevista coletiva das legendas que apoiam a chapa Lula/Alckmin ao Palácio do
Planalto: PT, PSOL, Solidariedade, PCdoB, PSB, Rede Sustentabilidade e PV. A
reunião aconteceu no Hotel Intercontinental, em São Paulo.
A deputada federal celebrou a união e afirmou que é a
primeira eleição em que Lula consegue reunir tantos partidos da esquerda em
torno da sua candidatura. “O presidente Lula fez questão de dizer que é a
primeira vez que ele senta com o conjunto dos partidos que representam esse
campo progressista, democrático da esquerda e centro-esquerda, que em nenhuma
outra eleição ele teve esse conjunto de partidos. Ele disse: ‘Só falta o PDT
aqui’ para compor esse campo totalmente”, apontou Gleisi.
O PDT, até o momento, tem como pré-candidato o ex-governador
do Ceará Ciro Gomes, que vem desferindo fortes ataques ao petista. “A gente tem
que ter respeito pela candidatura alheia. Até andaram dizendo que o PT estava
pressionando o PDT, não é verdade. […] Obviamente que nós gostaríamos de ter o
PDT nesse campo, que sempre teve posições muito parecidas”, respondeu Gleisi ao
ser questionada sobre a importância do apoio do PDT para uma vitória em
primeiro turno. “Eu não sei qual vai ser, se a candidatura do Ciro vai
continuar até o fim ou não. Essa é uma decisão que cabe ao PDT tomar”,
acrescentou.
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores também
admitiu a possibilidade de dialogar com legendas de centro. “Nós conversamos
com o Avante, queremos conversar com o Progressistas e com outros partidos que
ainda não tivemos a oportunidade. Vamos fazer um esforço conjunto. Temos
conversado muito com o PSD e temos conversado com o MDB”, afirmou. “No PSD, a
gente tem conversado com o [Gilberto] Kassab diretamente para fazer as
composições nos Estados. Não sei se é possível eles virem no primeiro turno
nacionalmente. O Kassab tem dito que tem dificuldade por conta da dinâmica do
PSD nos Estados, que têm muitas divergências, mas tem boa relação”, explicou
Gleisi, que ainda assumiu ter mantido conversas com o MDB.
“O MDB a gente também tem conversado. Acho que é o mesmo
problema. O MDB também é um partido que o movimento que eles fazem é muito por
Estado, mas, por exemplo, o MDB do Nordeste tem grande simpatia pela
candidatura do presidente Lula, mas eles têm uma candidata que é a Simone
Tebet. A gente também respeita, o MDB tem legitimidade. A gente tem conversado,
mas com respeito, esperando ver como eles resolvem e encaminham essa questão da
candidatura da Simone”, alegou a presidente do PT, que negou que as negociações
estejam sendo feitas pelo intermédio do ex-presidente Michel Temer. Segundo
ela, os petistas têm se comunicado com as lideranças regionais. Uma conversa
direta com Baleia Rossi, presidente do MDB, ainda não aconteceu. Uma aliança
com os emedebistas, no entanto, passa pelo acordo da terceira via, que pretende
lançar uma postulação única ao Palácio do Planalto. Com a desistência do
ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) nesta segunda-feira, Simone Tebet
deve ser consagrada como o nome que representará o centro-democrático nas
eleições de outubro.
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...