Rússia promete manter comércio de fertilizantes com Brasil - Compromisso foi reforçado durante conversa telefônica entre o líder russo e o presidente Jair Bolsonaro
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta
segunda-feira (27) que o país vai garantir o fornecimento ininterrupto de
fertilizantes para o setor agrícola brasileiro. O compromisso foi reforçado
durante conversa telefônica entre o líder russo e o presidente Jair Bolsonaro.
Os fertilizantes, especialmente nitrogênio, fósforo e
potássio, são largamente usados pelo setor agrícola no país, sendo considerados
essenciais para o fornecimento de um ou mais nutrientes para as plantações. O
Brasil consome 8% de toda a produção mundial de fertilizantes, avaliada em 55
milhões de toneladas, mas importa 85% do insumo usado pelo agronegócio,
principalmente da Rússia, que sofre um forte embargo econômico promovido pelos
Estados Unidos, países da Europa ocidental e Japão, por causa da invasão
militar na Ucrânia.
"Os problemas de segurança alimentar global foram
longamente discutidos. O presidente russo fez uma avaliação detalhada das
causas da difícil situação no mercado mundial de produtos agrícolas e
fertilizantes. Enfatizou a importância de restaurar a arquitetura do livre
comércio de produtos alimentícios e fertilizantes que foi destruída pelas
sanções ocidentais. Neste contexto, Vladimir Putin salientou que a Rússia está
empenhada em cumprir suas obrigações de garantir o fornecimento ininterrupto de
fertilizantes russos aos agricultores brasileiros", informou o governo
russo, em um comunicado oficial.
Mais tarde, durante evento no Palácio do Planalto, o
presidente brasileiro confirmou a conversa com Putin, ressaltando que a questão
da produção de alimentos e da segurança energética foram os principais assuntos
discutidos entre ambos.
Petrobras
Bolsonaro também comentou sobre a troca de comando na
Petrobras. Segundo ele, a empresa terá “uma nova dinâmica” sob a gestão de Caio
Mário Paes de Andrade, que tomou posse no Conselho de Administração e foi
eleito presidente da companhia em reunião nesta segunda-feira.
"Teremos uma nova dinâmica também na Petrobras na
questão dos combustíveis no Brasil. E tudo vai ser analisado na conformidade,
na base da lei, sem querermos mexer no canetaço na Lei das Estatais, sem querer
interferir em nada, mas com muito respeito, muita responsabilidade", disse
o presidente. Esta é a quarta troca de comando na estatal durante o mandato
presidencial de Jair Bolsonaro.
Formado em comunicação social pela Universidade Paulista,
Paes de Andrade aprofundou seus estudos nos Estados Unidos, tem pós-graduação
em administração e gestão pela Universidade de Harvard e mestrado em
administração de empresas pela Duke University. Segundo currículo divulgado
pela Petrobras, ele acumula experiências como empreendedor em tecnologia de informação,
mercado imobiliário e agronegócio.
Paes de Andrade foi indicado por Bolsonaro para substituir
José Mauro Ferreira Coelho. O presidente da República vinha manifestando
publicamente sua insatisfação com os reajustes dos combustíveis.
Desde 2016, a Petrobras adota a chamada Política de Preços de
Paridade de Importação (PPI), que vincula o preço do petróleo ao mercado
internacional tendo como referência o preço do barril tipo brent, que é
calculado em dólar. Essa diretriz foi defendida por todos os presidentes da
estatal indicados nos últimos seis anos, durante os mandatos de Michel Temer e
de Jair Bolsonaro.
*Agência Brasil
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