O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros
Adhanom, aconselhou, nesta quarta-feira (27/7), que homens que fazem sexo com
homens reduzam o número de parceiros sexuais para evitar o contágio e a
transmissão da varíola do macaco. O grupo é considerado de risco por ter 98%
dos casos registrados entre esta parte da população.
No entanto, a sugestão é válida para qualquer pessoa que
queira se manter livre do vírus — visto que a doença não é exclusiva para um
gênero. A afirmação de Tedros foi feita durante uma coletiva de imprensa para
dar updates sobre a varíola do macaco. O diretor pediu que as pessoas tomem as
medidas necessárias para evitar que o surto aumente em todo o mundo.
“A melhor maneira de fazer isso é reduzir o risco de
exposição. Isso significa fazer escolhas seguras para você e para os outros.
Para homens que fazem sexo com homens, isso inclui, no momento, reduzir o
número de parceiros sexuais, reconsiderar o sexo com novos parceiros e trocar
detalhes de contato com novos parceiros para permitir o acompanhamento [de
saúde], se necessário”, informou.
O consultor da OMS sobre HIV, hepatite e infecções
sexualmente transmissíveis Andy Seale, que estava presente na conferência,
informou que o atual surto da varíola é “claramente transmitido durante o
sexo”, mas ainda não foi concluído se a doença é uma infecção sexualmente
transmissível.
Ao comentar o perigo de colocar a doença como algo exclusivo
de homens que fazem sexo com homens — como ocorreu com o HIV/AIDS entre os anos
80 e 90 — Tedros deixou claro que “estigma e discriminação podem ser tão
perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto”.
Os setores de saúde de cada país também devem focar nesta
parte da população, não só para informá-la sobre o risco, mas também para
oferecer auxílio.
“O foco para todos os países deve ser engajar e capacitar as
comunidades de homens que fazem sexo com homens para reduzir o risco de
infecção e transmissão posterior, prestar cuidados aos infectados e
salvaguardar os direitos humanos e a dignidade”, pontuou Tedros.
Apesar do contato sexual ser um dos maiores vistos, a doença
também pode ser transmitida por qualquer contato direto com a pele e até mesmo
pela emissão de gotículas liberadas na fala — isso inclui lençóis ou roupas que
podem ter tocado as feridas na pele causadas pela doença ou “molhados” pelas
gotículas de saliva.
Até o momento, a OMS recebeu o registro de 19 mil casos em
mais de 75 países — cerca de cinco mortes foram relatadas, todas na África.
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...