Polícia Civil confirma que caso de família em cárcere privado por 17 anos já havia sido denunciado há 2 anos
O caso da mulher e dos dois filhos mantidos em cárcere
privado pelo marido e pai das vítimas durante 17 anos, na zona oeste do Rio de
Janeiro, já havia sido denunciado em 2020, confirmaram a Polícia Civil e o
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
A Polícia Civil e o MPRJ afirmam que abriram procedimentos
para apurar a denúncia, mas o crime continuou a ser cometido durante mais de
dois anos e só foi interrompido nessa sexta-feira (29), com o resgate das
vítimas e a prisão em flagrante do criminoso.
A mulher e os dois filhos foram encontrados amarrados, sujos
e desnutridos na casa do criminoso, no bairro de Guaratiba. Foi preciso chamar
o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), devido à gravidade do estado
de saúde dos três.
Segundo a Polícia Civil, o caso está sendo apurado pela
corregedoria da corporação. A primeira denúncia sobre o crime foi registrada na
43ª DP (Guaratiba) em 2020 e encaminhada à 36ª DP (Santa Cruz) para
investigação. A polícia diz que, desde então, o inquérito foi enviado três
vezes ao Ministério Público para providências, sendo a última em maio deste
ano.
Já o Ministério Público afirma que o inquérito policial
encontra-se na 36ª DP para cumprimento de diligências solicitadas pela
promotoria. O MPRJ informou que o Conselho Tutelar soube da denúncia em março
de 2020 e informou à Promotoria da Infância e Juventude que havia tomado todas
as medidas para a interromper o cárcere privado, especialmente mediante a
comunicação do crime ao 27º Batalhão da Polícia Militar e à Polícia Civil.
O Conselho Tutelar teria informado ao MPRJ, logo após, que
toda a rede de proteção do município estava ciente e que havia proposto ação
judicial para medidas complementares de proteção ao adolescente vítima do
crime.
"Não houve
nenhuma informação posterior enviada ao Ministério Público no sentido de que a
violência não fora estancada, motivo pelo qual está sendo apurada a atuação
posterior do Conselho do Tutelar e da rede de proteção", afirma o
Ministério Público.
Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa da
Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que, segundo o comando do 27º
BPM, não foi localizado nenhum documento oficial sobre o caso em 2020.
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