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Preço do litro do leite dispara nas prateleiras – Alguns supermercados em Conchal reduziram a margem de lucro para oferecer preço mais acessível aos clientes


O preço do litro de leite disparou nas prateleiras dos supermercados em todo o Brasil. Centenas de publicações mostrando os preços são vistas nas redes sociais.

Em Conchal (SP), alguns supermercados reduziram a margem de lucro para tentar repassar o produto a um preço mais acessível aos consumidores. Mesmo assim, algumas marcas já são encontradas custando mais de R$7 reais.

O F5 Conchal e Região, visitou alguns supermercados da cidade na manhã desta segunda-feira (11). Encontramos o litro de leite sendo vendido, em promoção, por R$ 6,29 o litro. No mesmo supermercado, outra marca chega a custar R$ 7,29. 


O valor médio, mais barato encontrado, fora da promoção, foi de R$ 6,59 em alguns lugares, com variação de marcas.

A dona de casa Cleonice Souza, de 44 anos de idade, disse que teve que começar a optar por marcas mais baratas para conseguir manter o consumo dos três filhos, que chega a ser de 12 litros por semana. Outra opção para ajudar na economia, foi trocar a marca do achocolatado, que agora é comprado também da marca mais barata.

“Meus filhos bebem uma caixa de leite (caixa com 12 unidades), por semana, são quatro caixas no mês (48 litros). Eu comprava uma marca melhor, agora tô comprando a marca mais barata que eu encontro. Troquei o achocolatado também. Optei pelo mais barato sem se importar com a marca”, disse a dona de casa

Entenda a alta

Segundo estudo publicado pelo Canal Rural, o preço do leite captado em maio/22 e pago aos produtores em junho/22 registrou aumento de 5,3% frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,6801/litro na média Brasil líquida do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).

Os preços do leite no campo seguem em alta, devido à menor produção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de leite cru industrializado pelos laticínios brasileiros diminuiu 10,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021. Com isso, as indústrias de laticínios seguem em disputa pela compra do leite cru, matéria-prima para a produção de lácteos, para tentar evitar a capacidade ociosa de suas plantas, aponta o Cepea.

A restrição de oferta do leite – e, consequentemente, dos lácteos – é explicada pela entressafra da produção. Com o inverno e clima mais seco, a qualidade e disponibilidade das pastagens cai e, por isso, a alimentação do rebanho é afetada, levando à queda na produção.

Os técnicos do Cepea destacam que, neste ano, o fenômeno climático La Niña também intensificou os efeitos sazonais de diminuição da oferta.

A pesquisa da entidade informa que, ainda que o componente climático seja importante para explicar esse cenário, o principal fator que explica essa alta substancial dos preços é o aumento dos custos de produção. Segundo o Cepea, o custo operacional efetivo da atividade esteve em alta nos últimos três anos – de janeiro de 2019 a maio de 2022, o avanço no COE foi de expressivos 56%.

Dessa forma, toda estrutura de produção teria se encarecendo nos últimos anos, espremendo as margens dos produtores. Diante desse cenário, muitos pecuaristas enxugaram investimentos ou saíram da atividade. Para assegurar alguma rentabilidade, produtores também recorreram ao abate de animais, atraídos pelos elevados preços da arroba. De acordo com dados do IBGE, o número de vacas e novilhas abatidos no primeiro trimestre de 2022 aumentou 11,4% e 17,2%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado.

Altas no preço do leite represadas

Levando-se em conta que a produção de leite é uma atividade de ciclo operacional longo, o Cepea sustenta que esse cenário observado atualmente é resultado de um longo período de aumentos consistentes nas cotações dos insumos agropecuários, que corroeu margens de produtores e de laticínios por muitos meses.

Agentes do setor consultados pelo Cepea relatam que essas altas nos preços dos produtos de leite vinham sendo represadas, já que a demanda brasileira está bastante fragilizada. Contudo, a redução drástica da oferta levou a uma situação generalizada de queda nos estoques de derivados lácteos, o que tem sustentado o avanço dos preços ao consumidor.



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