A China disse que disparou mísseis sobre a ilha de Taiwan
pela primeira vez nesta sexta-feira (5), aumentando as tensões na região no
momento em que a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, chegou
ao Japão, cujos líderes protestaram contra Pequim depois que cinco projéteis caíram
perto das ilhas japonesas.
Pelosi se encontrou com o primeiro-ministro do Japão, Fumio
Kishida, na manhã de sexta, com a atenção voltada para o Estreito de Taiwan,
onde o exército chinês está realizando exercícios aéreos e marítimos em
resposta a visita da líder da Câmara americana à ilha nesta semana.
A China já havia disparado mísseis nas águas ao redor de
Taiwan – uma ilha democrática de 24 milhões de habitantes que o Partido
Comunista Chinês considera parte de seu território – principalmente durante a
Crise do Estreito de Taiwan na década de 1990.
Mas mísseis sobrevoando a ilha marcaram uma escalada
significativa, com autoridades dos EUA alertando que pode haver mais por vir.
Avaliação
de risco
A China iniciou exercícios militares ao redor da ilha na
quinta-feira (4), disparando vários mísseis em direção às águas perto do
nordeste e sudoeste de Taiwan um dia após a partida de Pelosi.
Um especialista militar chinês confirmou na emissora estatal
CCTV que os mísseis convencionais sobrevoaram a principal ilha de Taiwan,
incluindo o espaço aéreo coberto por mísseis de defesa taiwaneses.
“Atingimos os alvos sob a observação do sistema de combate
Aegis dos EUA, o que significa que os militares chineses resolveram as
dificuldades de atingir alvos de longo alcance nas águas”, disse o
major-general Meng Xiangqing, professor de estratégia da Universidade de Defesa
Nacional. em Pequim.
Em um comunicado na quinta-feira, o Ministério da Defesa de
Taiwan disse que os mísseis viajaram acima da atmosfera e, portanto, não
representavam risco para a ilha.
As autoridades não acionaram alertas de ataque aéreo porque
previram que os mísseis pousariam em águas a leste de Taiwan, disse o
ministério. A pasta acrescentou que não divulgaria mais informações sobre a
trajetória dos projéteis para proteger suas capacidades de coleta de
inteligência.
Acredita-se que cinco mísseis balísticos tenham caído na Zona
Econômica Exclusiva do Japão, incluindo os quatro que teriam sobrevoado Taiwan,
disse o Ministério da Defesa do Japão na quinta-feira.
“Este é um problema sério que diz respeito à segurança do
Japão e de seus cidadãos. Condenamos fortemente”, disse o ministro da Defesa
japonês, Nobuo Kishi, a repórteres durante uma entrevista coletiva.
A China também enviou 22 aviões de guerra para a zona de
identificação de defesa aérea de Taiwan (ADIZ) na quinta-feira – todos cruzando
a linha mediana que marca o ponto médio entre a ilha e a China continental
acima do Estreito de Taiwan.
As incursões de quinta-feira foram feitas por 12 caças SU-30,
oito caças J-11 e dois caças J-16, disse o Ministério da Defesa de Taiwan em
comunicado.
Mais tarde na quinta-feira, o ministério disse ter detectado
quatro drones voando sobre “águas restritas” ao redor das ilhas Kinmen,
controladas por Taiwan. O ministério disse que os militares de Taiwan
dispararam sinalizadores para alertar os drones, mas não especificou o tipo ou
a origem dos dispositivos.*Continue leitura acessando CNN Brasil
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