Prevenir e combater à surdez desde a gestação - Exames, vacinas e cuidados são importantes aliados da audição
Exames de pré-natal, teste da orelhinha, carteira de
vacinação atualizada, não exagerar no uso de fones de ouvido e na altura do som
e usar de forma correta os protetores auriculares no trabalho quando há ruído
em excesso são importantes medidas para prevenir a perda auditiva. Dados de
2015 da OMS (Organização Mundial da Saúde) informam que 10% da população
mundial têm algum grau de surdez, seja adquirida ou congênita.
De acordo o otorrinolaringologista da Santa Casa de Piracicaba,
Antônio Luiz Lordello Chaim (CRM 57150), uma pessoa pode desenvolver
deficiência auditiva de várias formas e
pode estar relacionada a diversos fatores, que podem ser genéticos, ambientais ou decorrentes do envelhecimento.
Dia 10 de novembro é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à
Surdez e de acordo com a Sociedade Brasileira de Otologia, de cada mil crianças
nascidas no País, de três a cinco já nascem com deficiência auditiva. Entre os
20 e 40 anos de idade, a surdez acomete 15% das pessoas. Já acima dos 70 anos,
a prevalência pode chegar a 50%.
“Essa data é importante para que possamos reforçar as medidas
que podem ser tomadas de forma preventiva à surdez, principalmente na infância
e adolescência. Nas gestantes, doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose
podem provocar a surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessário uma
orientação médica durante o pré-natal. Mulheres devem tomar a vacina contra a
rubéola antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas
contra a doença. Outro ponto essencial é manter as crianças vacinadas contra
doenças infecciosas como a caxumba, sarampo ou meningite”, reforça o
especialista, que alerta ainda que pessoas que trabalham em locais com altos
índices de ruído (máquinas industriais, trânsito, aeroportos, etc) devem utilizar protetores de ouvidos.
De acordo com Chaim, há exames sobre perda auditiva adequados
para todas as idades. “Os exames das otoemissões acústicas (teste da orelhinha)
é feito na Santa Casa de Piracicaba em todos os recém-nascidos. Nas crianças
maiores e adultos, a audiometria é realizada como um check-up de rotina da
saúde auditiva. São exames simples, rápidos, indolores, sem riscos e realizados
por otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos” ressalta o médico.
TESTE DA ORELHINHA
Na Santa Casa, segundo a coordenadora do departamento de
Fonoaudiologia, Erica Sbravatti, o teste da orelhinha é realizado antes da alta
hospitalar e, no caso de alterações ou fatores de risco para alterações, um
reteste é agendado ambulatorialmente.
“Somente após este segundo teste com falha, enviamos carta ao
pediatra com sugestão de investigação mais profunda da perda auditiva”,
ressalta ao explicar ainda que a equipe também realiza o exame da ‘linguinha’,
com objetivo de verificar a anatomia da língua e frênulo lingual que, se
alterado, pode prejudicar a sucção e, posteriormente, a fala do bebê.
“Lembrando que é preconizado que o diagnóstico e conduta, no caso de perda
auditiva, seja realizado antes dos 3 anos de idade, para que os déficits de
linguagem sejam minimizados”, enfatiza Érica.
Na Santa Casa de Piracicaba, o Departamento de Fonoaudiologia
realiza em média 180 Testes da Orelhinha por mês, além de contar com
ambulatório de retestes.
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