Em tempos de surtos de Covid-19, gripe e varíola dos macacos,
uma informação preocupante se destaca: um terço dos brasileiros não têm acesso
à saúde básica. É o que indicou um relatório divulgado nesta segunda-feira, 28,
pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde.
De acordo com o levantamento, 72,6 milhões de pessoas não
estão cobertas pelo Programa de Atenção Básica do SUS, que promove a Estratégia
Saúde da Família (ESF). Deste total, ao menos 33 milhões também não possuem
planos de saúde privados, o que caracteriza uma parcela da população chamada de
“SUS exclusiva”.
A pesquisa aponta ainda que a maior parte da população sem
cobertura vive em regiões metropolitanas, principalmente no Sudeste (51%) e nas
capitais brasileiras. Além disso, o estudo indica que existe um grupo de
municípios socialmente vulneráveis e com baixas taxas de cobertura que estão
concentrados no Norte e no Nordeste do país.
A Estratégia Saúde da Família prevê o atendimento da
população por médicos generalistas ou especialistas em atendimento, além da
atuação de agentes comunitários que vão às residências para acompanhar a saúde
da população.
O relatório indica que 46% dos municípios brasileiros
alcançaram 100% de cobertura neste tipo de atendimento e outros 25% estão perto
de 100% de cobertura. Por outro lado, 722 cidades apresentam uma demanda
crítica pela expansão da ESF.
Para o Brasil alcançar 100% de cobertura, devem ser criadas
25,6 mil novas equipes de Saúde, o que acarretaria na contratação de 236 mil
novos profissionais e um custo anual de R$ 17,1 bilhões. Também seria
necessário abrir 16 mil novas Unidades Básicas de Saúde, o que demandaria mais
R$ 11,2 bilhões.
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