Moraes proíbe interrupção ou embaraço de trânsito em todo o país para evitar atos marcados para essa quarta-feira (11)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), proibiu a interrupção ou "embaraço" à liberdade de trânsito em
todo o território nacional. Também está vedada a ocupação de prédios públicos.
A medida atende a um pedido apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU),
que apontou o risco de novas realizações de atos golpistas.
Na decisão, Moraes determinou que as autoridades de segurança
pública de todas as capitais "tomem medidas efetivas para garantir a
liberdade de tráfego e impedir a concentração de pessoas" em locais em que
foram convocadas manifestações.
Quem descumprir a determinação estará sujeito à prisão em
flagrante, além de multa de R$ 20 mil, para pessoas físicas, ou de R$ 100 mil,
para pessoas jurídicas que participarem de alguma forma, inclusivo com apoio
logístico e financeiro.
Moraes ainda determinou o bloqueio de canais e contas no
Telegram que ajudaram a divulgar os protestos.
A AGU havia solicitado a restrição momentânea no direito a
manifestação do país. Sob a alegação de que há risco de novos atos, o órgão que
representa a presidência da República pediu que se proibia a interrupção do
trânsito urbano e rodoviário em todo o território nacional, assim como vedada a
entrada de manifestantes em prédios públicos.
As restrições valeriam "até que o estado de normalidade
seja restabelecido". O pedido é assinado pelo advogado-geral da União,
Jorge Messias. Ele solicita ainda que as autoridades dos governos federal e
estaduais sejam notificadas para impedir a realização desses possíveis
protestos.
O pedido é para que "se restrinja, pontual e
momentaneamente, diante da situação de absoluta excepcionalidade, o exercício
do referido direito de manifestação (que, como bem visto no último domingo
08/01/2023, para além de abusivo, foi verdadeiramente criminoso), vedando a
interrupção do trânsito urbano e rodoviário em todo território nacional, bem
como o acesso a prédios públicos por tais 'manifestantes'".
Na petição, Messias afirma que a AGU "teve notícias de
que grupos extremistas vêm convocando manifestações de teor golpista",
três dias após a realização de atos terroristas na Praça dos Três Poderes, e
que por isso o país está na "iminência de ser constatado em todo o
território nacional mais um cenário abusivo do exercício do direito de reunião
e de verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito".
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