Salário mínimo de R$ 1.320 será negociado com centrais sindicais. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad não confirmou aumento para janeiro
O salário mínimo de R$ 1.320, que consta no Orçamento de
2023, será negociado com as centrais sindicais, disse o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad. Ele não garantiu que o novo valor possa entrar em vigor ainda
este mês.
Conforme medida provisória editada em dezembro pelo antigo
governo, o salário mínimo em 2023 está em R$ 1.302. Esse valor, segundo Haddad,
representa reajuste 1,4% acima da inflação do ano passado.
Segundo o ministro, não ocorreu descumprimento de promessa de
campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O compromisso do presidente
Lula é de aumento real [para o salário mínimo], o que já aconteceu. O salário
mínimo atual é 1,4% maior que a inflação acumulada desde o último reajuste”,
rebateu.
Entrave
O aumento para R$ 1.320 está sob discussão porque os R$ 6,8
bilhões destinados pela Emenda Constitucional da Transição mostraram-se
insuficientes para bancar o aumento dos benefícios do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) atrelados ao salário mínimo. Isso porque a forte concessão
de aposentadorias e pensões no segundo semestre do ano passado criou um impacto
maior que o estimado para os gastos do INSS neste ano.
“O relator [do Orçamento], depois que o projeto foi
encaminhado ao governo federal, reforçou o orçamento do Ministério da
Previdência em R$ 6,8 bilhões. Só que esse recurso foi consumido pelo andar da
fila do INSS [redução da fila de pedidos]. A partir do início do processo
eleitoral, a fila começou a andar”, reclamou Haddad.
Segundo o ministro, a aceleração da inclusão consumiu os R$
6,8 bilhões. “Pedimos para a Previdência refazer os cálculos, para repassar na
mesa de negociação que será aberta com os sindicatos. O presidente cumpre a
palavra este mês e cumprirá a palavra este ano [sobre a valorização do salário
mínimo acima da inflação]”, acrescentou o ministro.
Parte dos representantes da equipe econômica defende que o
aumento para R$ 1.320 seja adiado. A decisão final, no entanto, só sairá após a
negociação do Palácio do Planalto com as centrais sindicais.
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