Criança de 12anos tem parada cardíaca e morre após fumar 'supermaconha' em São Paulo – De acordo com a mãe, fumar maconha sintética é comum entre as crianças e os adolescentes do bairro onde mora
Um menino de 12 anos morreu após fumar maconha sintética,
conhecida popularmente por "supermaconha", no bairro Campanário,
periferia de Diadema, na região metropolitana de São Paulo, na sexta-feira (3).
Ele avisou a mãe que estava se sentindo mal, foi levado ao hospital, mas teve
uma parada cardíaca e não resistiu.
No mesmo dia, mais cedo, David Dias pediu à mãe, Kelly
Santos, para ir a uma festa de aniversário, na rua de cima de casa, e depois a
uma pizzaria. A mulher deixou, mas avisou, no entanto, a ele e os amigos que
não usassem drogas.
De acordo com a diarista, desde o mês de dezembro, fumar
maconha sintética é comum entre as crianças e os adolescentes do bairro onde
mora. “O Natal das crianças não foi curtido, eu não vou mentir, foi tudo nas
drogas. Não tinha mais crianças correndo na rua e se divertindo. Você só via
criança vomitando, dormindo... era só droga”, contou a mulher em entrevista ao
Balanço Geral, da Record TV.
Kelly, que é mãe de outros quatro filhos, disse ter tentado
tirar David das drogas, mas não deu tempo. Ela foi ao Conselho Tutelar e
sugeriu o início de algum projeto para envolver as crianças da região contra o
uso de entorpecentes. Porém, ela foi informada de que a proposta só começaria
depois de fevereiro.
David era um menino extrovertido e cheio de sonhos. "Ele
queria trabalhar, queria fazer faculdade, queria ter o carro e a moto
dele", falou a mãe.
A diarista trabalha muito e costuma deixar as crianças
brincarem na quadra perto de casa e encontrarem os amigos, principalmente no
período de férias. Com medo de que o mesmo aconteça com os outros filhos, ela
pretende se mudar do bairro. "Não dá para continuar, é muito difícil",
lamentou.
Supermaconha
Também conhecida como K2, K9 e spice, a maconha sintética é
uma substância química criada na década de 1990 nos Estados Unidos. Ela provoca
efeitos de euforia e agitação, além de possíveis ataques epilépticos nos
usuários. O consumo do entorpecente no Brasil tem crescido muito nos últimos
anos, e especialistas já consideram essa droga como o crack do futuro.
A psicóloga de um centro de atendimento a dependentes
químicos de São Paulo Giovanna Guarato Zanforli conta que a procura por
internações tem aumentado muito nos últimos meses. “Eles chegam aqui quando não
conseguem lidar com a abstinência. A absorção da substância pelo corpo é veloz,
e isso causa um efeito muito rápido. Quando a absorção acaba, a euforia cai de
forma acelerada. Isso faz com que a pessoa busque a droga cada vez mais, o que
até pode desencadear quadros de violência”, afirma.
Dados da SES (Secretaria de Estado da Saúde) mostram que, em
2022, ocorreram 16,6 mil internações por transtornos mentais e comportamentais
associados ao uso de drogas.
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