Operação prende mais de 4 mil por violência contra a mulher - Desse total, 3.598 prisões foram em flagrante, conforme balanço divulgado nesta terça-feira (21)
Em três semanas, 4.255 pessoas foram presas no âmbito da
Operação Átria, que combate crimes contra a mulher em todos os estados
brasileiros. Desse total, 3.598 prisões foram em flagrante, conforme balanço
parcial divulgado nesta terça-feira (21) pelo Ministério da Justiça e Segurança
Pública.
De um total de 20.024 inquéritos policiais instaurados
durante o período, 17.958 foram concluídos. A pasta informou ainda que foram
apreendidas 340 armas brancas, 269 armas de fogo e 6.068 munições.
Segundo o balanço, 7.276 denúncias foram apuradas, 23.963
diligências policiais, contabilizadas e 23.963 vítimas, atendidas. Foram também
solicitadas 20.540 medidas protetivas, houve 767 retiradas de pertence e 2.034
palestras foram realizadas.
O balanço final da Operação Átria, que começou em 8 de março,
será divulgado pelo ministério no próximo dia 28.
Em entrevista coletiva, o secretário Nacional de Segurança
Pública, Francisco Tadeu Barbosa de Alencar, considerou a violência de gênero
um quadro grave no Brasil. De acordo com o secretário, o país registrou, ao
longo do ano passado, aumento de 5% no número de feminicídios.
“A cada dia, quatro mulheres são mortas e, a cada hora, 26
são agredidas. Esses indicadores nos obrigam a ter uma centralidade no eixo de
enfrentamento da violência contra a mulher”, disse.
“O Estado brasileiro está muito longe ainda de uma situação
ideal de enfrentamento", afirmou. Para a delegada de Polícia Civil do
Espirito Santo, Cláudia Dematté de Freitas Coutinho, operações nacionais como a
Átria fortalecem o enfrentamento à violência contra a mulher realizado
diariamente por unidades especializadas de segurança pública.
“É uma violência que sempre existiu em nossa sociedade, fruto
de um machismo estruturado e estruturante”, disse Cláudia. Para a delegada,
feminicídios são apenas a ponta do iceberg, e a maioria dos casos começa com violência
verbal. “Denuncie desde a primeira violência sofrida”, concluiu.
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