Cardeais e outras autoridades da Igreja Católica não poderão
mais morar no Vaticano sem pagar aluguel, segundo uma nova decisão do Papa
Francisco. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (1º) por Maximino
Caballero Ledo, que chefia o Ministério das Finanças do Vaticano.
Segundo ele, devido ao atual contexto econômico, o pontífice
ordenou a revogação das normas que permitiam a utilização gratuita ou em
"condições de favor" dos imóveis pertencentes às instituições e
organismos ligados à Santa Sé.
O documento assinado pelo papa, chamado de
"rescrito", justifica que a medida foi tomada "para fazer frente
aos crescentes compromissos que o cumprimento do serviço à Igreja universal e
aos mais necessitados exige em um contexto econômico como o atual, que é
particularmente grave".
Por essa razão, afirma o documento, é preciso "que todos
façam um sacrifício extraordinário para destinar maiores recursos à missão da
Santa Sé, também incrementando as receitas da gestão do patrimônio
imobiliário".
A disposição diz respeito a cardeais, chefes de dicastérios,
presidentes, secretários, subsecretários, dirigentes e equivalentes, incluindo
os auditores e equivalentes, do Tribunal da Rota Romana.
Até agora, os cardeais que viviam em Roma e no Vaticano
precisavam pagar somente taxas de serviços como água e luz. Bispos e outros
administradores do Vaticano tinha seus aluguéis subsidiados.
A partir de agora, as instituições proprietárias dos imóveis
deverão cobrar valores normalmente aplicados a pessoas que não têm cargos na
Santa Sé ou no Vaticano. Também as Domus deverão aplicar as tarifas, incluindo
o alojamento na Domus Santa Marta, prédio no Vaticano onde vive o papa e que
muitos prelados, mas também visitantes, por vezes usam como hotel sem pagar.
O documento diz que os contratos atuais continuarão como
estão até o término. Depois, serão aplicadas as novas regras. O papa também
estabeleceu que qualquer alteração ao regulamento deverá ser autorizada
diretamente por ele.
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