Governo recua e mantém isenção para comércio internacional entre pessoas físicas até US$ 50, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta
terça-feira (18) que o governo não pretende mais acabar com a regra que isenta
transações internacionais avaliadas em até US$ 50 feitas entre pessoas físicas.
A intenção de taxar essas transações tinha sido anunciada pelo Ministério da
Fazenda e pela Receita Federal, na última terça (11).
Em conversa com jornalistas, Haddad disse que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu o recuo na medida e que a equipe econômica
buscasse resolver a questão administrativamente. Ele ressaltou que a isenção é
apenas para pessoas físicas, e que o governo vai buscar medidas para impedir
empresas de usar brechas e receber o benefício.
"O presidente nos pediu ontem pra tentar resolver isso
do ponto de vista administrativo. Ou seja, coibir o contrabando. Nós sabemos aí
que tem uma empresa que pratica essa concorrência desleal, prejudicando todas
as demais empresas, tanto do comércio eletrônico quanto das lojas que estão
abertas aí, sofrendo a concorrência desleal dessa empresa", disse.
Os colunistas do g1 Andréia Sadi, Julia Duailibi e Valdo Cruz
já haviam adiantado que Lula estava pressionando a Fazenda a recuar.
Haddad disse que recebeu apoio de empresas para ajudar na
fiscalização a fraudes. Segundo o ministro, a equipe econômica vai checar
experiências internacionais dos Estados Unidos, União Europeia e China para
encontrar formas de coibir irregularidades.
Fim da
isenção
Ao anunciar a intenção de passar a taxar o comércio
internacional entre pessoas físicas até US$ 50, o governo alegava que a regra
vinha sendo usada de maneira irregular por varejistas internacionais – que,
apesar de serem empresas, se "disfarçam" de pessoa física e enviam
encomendas de forma fracionada para compradores brasileiros para não pagar o
imposto.
"Esse benefício [isenção dos US$ 50] – que deixará de
existir – se aplica somente para envio de pessoa física para pessoa física. Se,
com base nele, empresas estiverem fracionando as compras, e se fazendo passar
por pessoas físicas, estão agindo ilegalmente", dizia a nota divulgada à
época.
O anúncio do governo causou forte reação pública. Segundo a
colunista do g1 Andréia Sadi, o presidente Lula ficou preocupado com a
repercussão
negativa nas redes sociais da medida e pressionou pelo recuo
em uma reunião com Haddad na segunda (17), no Palácio da Alvorada.
A primeira-dama Janja também apelou ao presidente, alegando
que a medida era impopular.
*Com informações do G1 Economia
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...