Capital paulista tem madrugada mais fria do ano - Cidade permanece em estado de atenção para baixas temperaturas
A madrugada desta segunda-feira (15) foi a mais fria do ano na capital paulista, segundo dados do Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) da Prefeitura de São Paulo, com os termômetros atingindo média de 11°C, além de neblina e nevoeiros. A cidade permanece em estado de atenção para baixas temperaturas, decretado pela Defesa Civil municipal desde as 11h de quinta-feira (11).
Até então, a madrugada mais fria tinha sido registrada em 21
de abril, com 11,3°C de média na cidade e valor absoluto de 5,6°C na região de
Parelheiros, no extremo sul da capital. No entanto, para valor absoluto, a
madrugada de hoje não foi recorde, já que a menor temperatura foi de 8,6°C na
região de Perus.
Os dados do CGE mostram ainda que o mês de maio acumulou até
o momento 10,9 milímetros (mm) de chuva, o que representa aproximadamente 19,6%
dos 55,5 mm esperados para o mês.
População de rua
O presidente do Movimento Estadual da População de Rua, Robson
Mendonça, alertou para o grande risco de hipotermia para esse grupo se as
madrugadas seguirem em baixas temperaturas. Segundo ele, com a retirada das
barracas onde as pessoas dormem nas ruas, elas ficaram ainda mais vulneráveis.
“Tem falta de abrigos para atender toda a demanda, esse
indivíduo fica nas calçadas. Com a retirada das barradas, ficou pior porque
eles ficam expostas ao frio. A tenda que teria que ser na Praça da Sé não
existe mais, foi retirada de lá [por causa do projeto de revitalização do
centro]. Então para uma população que já está fragilizada, isso é um
complicador muito grande”, disse. A tenda citada por ele era um serviço da
prefeitura que oferecia sopa, bebidas quentes e cobertores na região.
No curto prazo, ele destaca a importância de abrigo imediato.
“Ter mais abrigo [para essas pessoas] para essas baixas temperaturas. Tem que
ter um lugar onde a população em situação de rua possa ser abrigada. Aqueles
que têm cachorro e carroça também, que não podem entrar nos albergues, para que
possam ter um abrigo”.
“A longo prazo, [precisa de] uma melhoria nos equipamentos de
recebimento da população em situação de rua, que sejam criados mais abrigos e
também tem a questão da locação social e moradia, essas coisas essenciais para
abrigamento da população”, acrescentou.
Tempo
Para os próximos dias, a tendência, segundo o CGE, é de
temperaturas baixas nas madrugadas e em gradativa elevação no decorrer do dia.
A terça-feira (16) deve começar gelada, com formação de neblina e mínimas em
torno dos 12°C. No decorrer do dia, o sol favorece a elevação das temperaturas,
com máximas que podem chegar aos 24°C e índices de umidade atingindo valores
próximos aos 30%. Não há previsão de chuva.
Situação de rua
A população de rua superou as 281 mil pessoas no Brasil em
2022. Isso representa um aumento de 38% desde 2019, após a pandemia de
covid-19. Essa é a conclusão de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), divulgado em fevereiro deste ano.
O estudo do Ipea alerta que o aumento de pessoas nas ruas é
muito maior em proporção do que o da população em geral. No período de dez
anos, de 2012 a 2022, o crescimento desse segmento vulnerável foi de 211%.
Segundo dados do IBGE, o aumento populacional brasileiro foi de 11% entre 2011
e 2021.
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