O tamanho da área desmatada na Amazônia durante os quatro primeiros meses deste ano foi 36% menor que no mesmo período de 2022, segundo monitoramento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), organização que desde 1990 reúne pesquisadores que se dedicam a estudar aspectos relativos ao uso e conservação dos recursos naturais da região.
Entre janeiro e abril deste ano, a retirada parcial ou total
da cobertura vegetal amazônica atingiu uma área de 1.203 km². No primeiro
quadrimestre do ano passado, foram desmatados 1.884 km².
Apesar da redução de quase um terço em comparação ao último
período, a área devastada nos quatro primeiros meses deste ano representa o
terceiro pior resultado nos esforços de preservação do bioma desde o ano de
2008.
Considerando apenas os últimos 16 anos, a área degradada a
cada primeiro quadrimestre do ano foi maior não só em 2022, como também em
2021, quando o desmatamento aumentou expressivamente, atingindo 1.963 km².
A partir da análise das imagens de monitoramento por
satélites, os pesquisadores do Imazon concluíram que, em abril deste ano, a
queda no desmatamento chegou a 72%, caindo de 1.197 km² em abril de 2022 para 336
km² no mesmo mês deste ano.
“A redução observada em abril é positiva, porém, a área
desmatada [no mês] ainda foi a quarta maior desde 2008 para o mês”, destaca a
pesquisadora Larissa Amorim, referindo-se aos resultados para o mesmo mês
registrados nos três anos anteriores: 1.197 km² (2022), 778 km² (2021) e 529
km² (2020).
“Isso indica que precisamos implantar ações emergenciais de fiscalização, identificação e punição aos desmatadores ilegais nos territórios mais pressionados, focando nas florestas públicas que ainda não possuem uso definido e nas áreas protegidas, principalmente com a chegada do verão amazônico, onde historicamente o desmatamento tende a aumentar”, acrescenta Larissa, em nota divulgada pelo instituto.
Apesar de o desmatamento na Amazônia como um todo ter sido
menor no primeiro quadrimestre deste ano, nos estados de Roraima e Tocantins
houve um aumento da área degradada. A “situação mais crítica”, conforme o
Imazon, ocorreu em Roraima, onde a devastação aumentou 73%, passando de 63 km²
de janeiro a abril de 2022 para 107 km² no primeiro quadrimestre deste ano.
Em Tocantins, o crescimento do desmatamento foi da ordem de
25%, passando de 4 km² de janeiro a abril de 2022 para 5 km² no mesmo período
deste ano.
Mesmo registrando uma queda no desmatamento no último período,
Mato Grosso, Amazonas e Pará seguem como os estados com as maiores áreas
derrubadas na Amazônia. De janeiro a abril deste ano, Mato Grosso devastou 400
km² de floresta, Amazonas 272 km² e Pará 258 km², o que representa 33%, 23% e
21% do total na região, respectivamente. Ou seja, juntos, esses estados foram
os responsáveis por 77% da floresta destruída no primeiro quadrimestre deste
ano.
A Agência Brasil pediu ao governo de Roraima e à Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins uma manifestação sobre os
dados divulgados pelo Imazon e aguarda respostas.
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