Diretor de Meio Ambiente de Conchal, Luciano Bomfim tem artigo publicado em revista Internacional – “Degradação de Lodo Gerado em ETEs é parte integrante do desafio do Saneamento no Brasil”
O diretor do departamento de Meio Ambiente de Conchal (SP),
Luciano Bomfim, teve nesta semana um artigo de sua autoria publicado na revista
Journal of Engineering Research, através da editora Atena.
O artigo trata de questões ambientais relacionadas ao lodo
gerado em ETEs (estações de tratamento de esgotos). O conteúdo publicado revela
um pouco da tecnologia que está chegando ao Brasil, sendo testada e aprovada em
vários municípios, inclusive Conchal, mas que já é usado há pelo menos um século
e meio nos países orientais.
Atena
Editora
A Atena Editora tem como objetivo difundir os saberes
científicos, promovendo a publicação de report de pós-doutorado, teses,
dissertações, monografias, trabalhos de conclusão de curso, artigos
científicos, contos, críticas literárias, anais de congressos, simpósios e
encontros de pesquisa, proceedings de eventos, textos independentes e
preprints, em todas as áreas do conhecimento.
Além disto, a Atena Editora lançou em setembro de 2021, sete
revistas internacionais, em todas as áreas do conhecimento, e todas já
receberam fator de impacto para 2021/2022 baseado no International Citation
Report (ICR).
Journal of
Engineering Research
A revista tem um valor de fator de impacto de 1.822 com base no Eurasian Scientific Journal
Index, Eurasian Citation Reports e Eurasian Scientific Index.
Journal of Engineering Research (2764-1317) é uma publicação
científica editada pela Atena Editora, que tem como missão divulgar o
conhecimento produzido pela comunidade científica na área da Engenharia. A
revista tem como objetivo publicar artigos escritos em português, inglês ou
espanhol, nas áreas de Engenharia Civil, Engenharia de Minas, Engenharia de
Materiais e Metalúrgica, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia
Química, Engenharia Sanitária, Engenharia de Produção, Engenharia Nuclear,
Engenharia de Transportes, Engenharia Naval e Oceânica, Engenharia Aeroespacial
e Engenharia Biomédica, de acordo com as áreas de avaliação da CAPES.
Artigo em Português
Por: Luciano Bomfim dos Santos
Degradação do Lodo Gerado nas ETEs Parte integrante do
Desafio do Saneamento no Brasil e a Relação entre Quantidade de Lodo e
Eficiência da ETE.
Introdução
O
tratamento de esgoto é um processo complexo que envolve a remoção de
contaminantes presentes na água antes que ela possa ser descartada no meio
ambiente. Uma das etapas do tratamento é a remoção do lodo, que é composto
principalmente de matéria orgânica e microorganismos. O lodo de estação de
tratamento de esgoto (ETE) é considerado um resíduo ambiental e, portanto, deve
ser tratado antes de seu descarte. Uma opção de tratamento é o uso de
microorganismos autóctones para degradar o lodo.
A
degradação do lodo de efluente é um processo importante para a manutenção da
qualidade da água e prevenção da poluição ambiental. Uma das formas de
degradação do lodo é através da utilização de microrganismos autoctones, ou
seja, microrganismos nativos do ambiente em que o efluente é gerado.
O uso de
microrganismos autoctones para degradação de lodo de efluente tem se mostrado
uma alternativa mais eficiente e sustentável do que os métodos convencionais.
Além disso, o uso de microrganismos autóctones pode ser mais econômico, pois
reduz o tempo de tratamento do efluente e a quantidade de produtos químicos
utilizados.
Um estudo
realizado por Mendes et al. (2019) comparou a remoção de lodo de efluente por
métodos convencionais e por meio da utilização de microrganismos autoctones.
Para isso, foi coletado o efluente de uma estação de tratamento de água e
dividido em dois grupos: um foi tratado com microrganismos autoctones e o outro
foi tratado com os métodos convencionais de remoção de lodo.
Os
resultados obtidos mostraram que o grupo tratado com microrganismos autoctones
apresentou uma maior eficiência na remoção do lodo de efluente em comparação
com o grupo tratado com métodos convencionais. Além disso, a utilização de
microrganismos autoctones reduziu o tempo de tratamento do efluente.
Similar ao
estudo anterior, um estudo de Alves et al. (2019), a utilização de
microrganismos autóctones para a remoção de lodo de efluente apresentou uma
redução de 75% na quantidade de lodo produzido em relação aos métodos
convencionais. Além disso, o uso de microrganismos autóctones apresentou um
custo menor em relação aos métodos convencionais, principalmente devido à não
utilização de produtos químicos.
Outro
estudo realizado por Silva et al. (2018) comparou a eficiência e o custo da
remoção de lodo de efluente utilizando microrganismos autóctones e o método
convencional de tratamento. Os resultados mostraram que o uso de microrganismos
autóctones apresentou uma maior eficiência na remoção de lodo em relação ao
método convencional, além de reduzir o tempo de tratamento em até 50%. Quanto
ao custo, a utilização de microrganismos autóctones também foi mais econômica
do que o método convencional.
Em resumo,
os estudos demonstraram que a utilização de microrganismos autoctones é uma
alternativa eficiente e economicamente viável para a remoção de lodo de
efluente. Além disso, a utilização de microrganismos autoctones pode ser uma
alternativa sustentável e ecologicamente correta para a remoção de lodo de
efluente.
Microorganismos Autóctones
Os
microorganismos autóctones são aqueles que estão naturalmente presentes em um
determinado ambiente. No caso do lodo de ETE, esses microorganismos são capazes
de degradar a matéria orgânica presente no lodo, transformando-a em compostos
mais simples, como dióxido de carbono e água.
O uso de
microorganismos autóctones para o tratamento de lodo apresenta diversas
vantagens em relação a outras técnicas de tratamento, como a redução de custos
e a diminuição do impacto ambiental. Além disso, a utilização de
microorganismos autóctones pode ser uma alternativa mais eficaz em regiões com
características específicas, como a presença de microorganismos adaptados a
condições extremas de temperatura e pH.
Processo de Tratamento de Lodo por Microorganismos Autóctones
O processo
de tratamento de lodo por microorganismos autóctones envolve a utilização de
uma série de etapas, que podem variar de acordo com as características do lodo
e das condições ambientais. No entanto, em geral, o processo é composto pelas
seguintes etapas:
Preparação
do lodo: o lodo é retirado da ETE e armazenado em tanques específicos para o
tratamento.
Adição de
nutrientes: em alguns casos, é necessário adicionar nutrientes ao lodo para
estimular o crescimento dos microorganismos autóctones.
Monitoramento:
durante todo o processo de tratamento, é necessário monitorar a concentração de
microorganismos e a eficiência da degradação da matéria orgânica.
Decantação:
após o processo de tratamento, o lodo é decantado para separar a água do lodo
tratado.
Existem
diversos estudos científicos que demonstram a relação entre a quantidade de
lodo presente em Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e sua eficiência.
Em uma ETE,
o lodo é o resíduo sólido produzido durante o processo de tratamento de águas
residuais. Ele contém grande quantidade de matéria orgânica, nutrientes e
microorganismos que podem ser benéficos se gerenciados adequadamente, mas podem
prejudicar o desempenho da estação se não forem manejados corretamente.
Um estudo
publicado no Journal of Environmental Engineering and Science em 2017 avaliou a
eficiência de uma ETE em relação à quantidade de lodo gerado. Os resultados
indicaram que a eficiência da estação estava diretamente relacionada à
quantidade de lodo produzido, sendo que a remoção de carga orgânica diminuía
significativamente quando a quantidade de lodo ultrapassava uma determinada
taxa.
Outro
estudo, publicado no Journal of Hazardous Materials em 2019, analisou a relação
entre a produção de lodo e a formação de lodo flutuante em uma ETE. Os
resultados mostraram que a quantidade de lodo produzido estava diretamente
relacionada com a formação de lodo flutuante, que é um problema comum em ETEs e
pode comprometer a eficiência do tratamento.
Além disso,
um estudo publicado no Journal of Water Process Engineering em 2020 investigou
a influência da concentração de sólidos suspensos totais (SST) no lodo sobre a
eficiência da ETE. Os resultados mostraram que a concentração de SST no lodo
estava correlacionada com a eficiência de remoção de carga orgânica da estação.
Em resumo,
há evidências científicas que demonstram a relação entre a quantidade de lodo
na ETE e sua eficiência. A gestão adequada do lodo é essencial para garantir
que a ETE opere de forma eficiente e sustentável.
Conclusão
O
tratamento de lodo de ETE por microorganismos autóctones é uma técnica eficaz e
de baixo custo para a remoção de resíduos orgânicos. Essa técnica apresenta
diversas vantagens em relação a outras técnicas de tratamento, como a
diminuição do impacto ambiental e a utilização de microorganismos adaptados às
condições locais. No entanto, é necessário um monitoramento constante do
processo para garantir a eficiência
Referência:
Mendes, L.
M., Machado, A. L. T., Peixoto, S. R. F., Dias, J. C. T., Santos, M. V., &
Paiva, T. C. (2019). Comparison between the conventional process and biological
degradation of sewage sludge with autochthonous microorganisms. Environmental
Science and Pollution Research, 26(12), 11944-11950.
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