Eficiência contra o lodo: tecnologia da Legun evita 15 mil viagens de caminhão - Aplicado em estações de tratamento de esgoto de Conchal, sistema 100% natural gera economia de 90% em relação à remoção convencional do resíduo
As lagoas da maior Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Conchal, no interior de São Paulo, recebem 95% dos efluentes urbanos do município. A capacidade de processamento é de 238 mil metros cúbicos. Acontece que cerca de 80% desse volume era ocupado por lodo, que provoca assoreamento e reduz, de forma significativa, a eficiência operacional do processo.
Por isso, o lodo precisa ser retirado. Geralmente, isso é
feito por meio de dragagem e descarte conforme as normas ambientais. Resoluções
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) proíbem o direcionamento do
produto para outras finalidades e estocagem por mais de 15 dias.
Os procedimentos necessários têm um alto custo. Só para
carregar todo o lodo da ETE, seriam necessários, aproximadamente, 15 mil
viagens de caminhão – cada um suporta até 12 metros cúbicos. Para cada veículo,
o poder público teria que desembolsar R$ 2.300, totalizando mais de R$ 37,5
milhões – montante que estava acima do total de recursos destinados,
anualmente, para a Divisão de Saneamento Básico de Conchal.
Após uma detalhada pesquisa de mercado, a prefeitura chegou à
Legun Biotecnologia, que têm sede em São Roque. A empresa desenvolveu um
sistema para tratar o lodo de estações de esgoto de forma totalmente natural.
E como funciona?
A Legun identifica, nas próprias amostras retiradas do
efluente, microrganismos capazes de degradar o lodo. Em laboratório, eles são
multiplicados, por uma técnica chamada de bioaumentação. Quando são devolvidos
em maior número, degradam o detrito ali mesmo nas lagoas, não havendo
necessidade de remoção. As últimas análises na ETE de Conchal demonstraram uma
eficácia de 95%, índice maior que o exigido no Estado de São Paulo, que é de
80%.
O serviço também foi contratado para a outra estação
existente no município, que recebe 5% dos efluentes. Tudo a um custo em torno
de 10% do que seria pago se o serviço adotado fosse o convencional.
Conchal produz cerca de 200 mil litros de esgoto por hora,
despejados nos cursos d’água que cortam o município. Um tratamento não
eficiente polui ecossistemas fundamentais para a comunidade que depende deles.
O rio Mogi Guaçu, por exemplo, não passa só por Conchal, mas por 40 cidades,
que, juntas, têm uma população de 1,5 milhão de habitantes.
A tecnologia é conhecida no exterior, mas pioneira no Brasil.
De acordo com Carlos Laia, sócio-proprietário da Legun, o sistema foi projetado
para grandes volumes – acima de 500 litros por segundo. Ele explica que a
degradação do lodo é o foco principal do serviço, que entrega, como um bônus
especial, eficiência e respeito ao meio ambiente.
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...