Barroso diz que não quis ofender eleitores de Bolsonaro em fala na UNE - Em nota, ministro disse que respeita todos os eleitores e políticos
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal
(STF), disse nesta quinta-feira (13) que não quis ofender os eleitores do
ex-presidente Jair Bolsonaro ao utilizar a expressão "derrotamos o
bolsonarismo" durante a abertura do 59° Congresso da União Nacional dos
Estudantes (UNE), em Brasília. Em nota divulgada à imprensa, Barroso disse que
respeita todos os eleitores e políticos.
"Na data de ontem, em Congresso da União Nacional dos
Estudantes, utilizei a expressão 'Derrotamos o Bolsonarismo', quando na verdade
me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro
e que corresponde a uma minoria. Jamais pretendi ofender os 58 milhões de
eleitores do ex-presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e
democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os
eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores,
liberais ou progressistas", afirmou.
Ontem (12), na abertura do congresso, Barroso participou um
ato em defesa da democracia e de combate ao discurso de ódio no país. Ele
lembrou sua atuação no movimento estudantil e afirmou que o país derrotou
"a ditadura e o bolsonarismo".
No início do discurso, o ministro também foi vaiado por um
grupo de estudantes que exibiu uma faixa com os dizeres “Barroso inimigo da
enfermagem e articulador do golpe de 2016”.
Em seguida, ele disse que a manifestação faz parte da democracia e rebateu as acusações. Barroso é relator do caso no Supremo e disse que suspendeu, no ano passado, o pagamento do piso nacional dos enfermeiros para viabilizar os recursos para garantir os repasses.
“Eu venho do movimento estudantil. De modo que nada que está
acontecendo aqui me é estranho. Já enfrentei a ditadura e já enfrentei o
bolsonarismo. E mais que isso, foi eu que consegui o dinheiro da enfermagem
porque não tinha dinheiro. Não tenho medo de vaia porque temos um país para
construir”, afirmou.
A nota do ministro é o segundo posicionamento divulgado hoje
sobre o caso. Mais cedo, o STF divulgou outra nota para esclarecer as
declarações.
Após as declarações de Barroso, parlamentares ligados ao ex-presidente
Jair Bolsonaro foram às redes sociais e prometeram protocolar um pedido de
impeachment do ministro no Senado.
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