Uma mulher de mais de 80 anos, libertada só nesta
segunda-feira (23) pelos terroristas do Hamas, contou em detalhes como foram o
sequestro e as mais de duas semanas de pavor no cativeiro. O marido dela e o da
outra israelense também liberada ainda estão entre os quase 220 reféns do
Hamas.
A reportagem exibida pelo Jornal Nacional mostrou que, das
reféns libertadas até agora, ela foi a primeira a dar entrevista. Yocheved
Lifshitz tem 85 anos e passou 17 dias sequestrada pelos terroristas do Hamas.
Ela conversou com os jornalistas em um hospital em Tel Aviv e, para conseguir
explicar tudo o que enfrentou nos últimos dias, teve a ajuda da filha, que saiu
de Londres para ficar com a mãe.
"Eu fui ao inferno", afirma.
Ela contou que foi sequestrada em casa. Disse que ouviu os
terroristas entrando e que logo foi levada na garupa de uma moto. Foi assim que
outras reféns – e outras senhoras, como essa – foram levadas pelo Hamas no dia
7 de outubro.
Yocheved disse que, assim que entrou na Faixa de Gaza, foi
agredida com bastões por um grupo que esperava o Hamas chegar com os reféns.
Ela falou que, quando foi agredida, mal conseguia respirar. Depois foi levada
pelos terroristas para uma enorme rede subterrânea que ela comparou a uma teia
de aranha.
Imagens das Forças de Defesa de Israel mostram como são
alguns dos túneis usados pelo Hamas. A senhora israelense disse que andou por
túneis assim por quilômetros, que era tudo muito escuro, muito úmido e que ela
ficou em um cativeiro em uma dessas galerias mesmo - com outros quatro reféns -
e que, lá dentro, foi agredida de novo com varas. Mas disse que, depois, passou
a ser bem tratada.
Ela e Nurit Cooper, de 79 anos, foram libertadas nesta
segunda pelo Hamas. O grupo divulgou imagens do momento em que terroristas
armados entregaram as duas israelenses a funcionários da Cruz Vermelha.
O governo de Israel disse que a imagem da libertação das
reféns é uma tentativa do Hamas de se passar por uma organização humanitária.
O contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz das Forças de
Defesa, diz que o vídeo é cínico e não vai fazer Israel se esquecer do 7 de
outubro, e agradeceu ao Egito e à Cruz Vermelha pelos esforços pela libertação
das reféns.
Os maridos das duas também foram sequestrados pelo Hamas e
seguem em cativeiro.
Yocheved e o marido são ativistas de direitos humanos,
ajudavam moradores de Gaza. Ele é jornalista e, em nota, o Sindicato Britânico
de Jornalistas disse que Oded Lifshitz trabalhou durante décadas pela paz e
pelo reconhecimento dos direitos palestinos, e diz que, nos últimos anos, ele
era voluntário de uma associação que transporta voluntariamente palestinos da
Faixa de Gaza que recebem autorização para cruzar a fronteira e fazer
tratamento de saúde em hospitais israelenses. A nota pede a libertação do
jornalista de 83 anos.
Na entrevista desta terça-feira (24), Yocheved disse que o
marido está bem. A filha disse que não sabe para onde a família vai agora. A
casa dos pais foi destruída e queimada nos ataques de 7 de outubro.
O que se vê hoje é um esforço diplomático de vários governos
para que mais reféns sejam liberados logo. Catar e Egito vêm tendo um papel
importante nessa negociação; 220 reféns continuam sob o poder do Hamas na Faixa
de Gaza.
“Meu filho é um cara feliz. De repente, vê-lo em uma situação
como essa, sozinho... Eu não consigo comer nem dormir”, diz a mãe de um dos
reféns.
Na última imagem que ela tem do filho é ele assustado e
encolhido em uma parede.
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