Centro do Governo de SP já resgatou mais de 5 mil animais do tráfico em 2023 - Cetras-SP também recebe a entrega espontânea de animais adquiridos por comércio ilegal e que eram mantidos em cativeiroCentro do Governo de SP já resgatou mais de 5 mil animais do tráfico em 2023 - Cetras-SP também recebe a entrega espontânea de animais adquiridos por comércio ilegal e que eram mantidos em cativeiro
O aumento das denúncias, operações de fiscalização e
monitoramento ambiental traz resultados positivos na proteção da fauna
silvestre do Estado. De janeiro até agora, o Centro de Triagem e Recuperação de
Animais Silvestres (Cetras-SP), da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura
e Logística (Semil), já recebeu 7.551 animais, sendo 70% vítimas do tráfico de
animais silvestres, com um número acima de cinco mil resgates.
O Centro recebe indivíduos apreendidos em fiscalizações em
rodovias estaduais e federais que cortam o Estado, unidades de conservação, nas
chamadas ‘feiras do rolo’, ou apreendidos em cativeiros irregulares mediante
denúncias. O número inclui ainda a entrega espontânea de animais adquiridos por
comércio ilegal e que eram mantidos em cativeiro.
Assim que chegam ao Cetras-SP, os animais, entregues
voluntariamente, são atendidos segundo o histórico da ocorrência. Em sua
maioria, apresentam distúrbios comportamentais e nutricionais, necessitando de
cuidados de curto e de longo prazo. Já as ocorrências de interceptação em
rodovias, com abundância de animais recém-capturados, aglomerados, sem alimentação
e desidratados, precisam de cuidados intensivos no momento da chegada.
Uma vez reabilitados, os animais são devolvidos para seus ambientes naturais. O Cetras-SP possui parceria com áreas de soltura cadastradas no estado de São Paulo e com órgãos ambientais de outros Estados para a soltura dos animais. Cerca de 70% são devolvidos à natureza. Os que não conseguem se adequar são encaminhados para zoológicos e outros empreendimentos de fauna legalizados.
A situação desses animais tem relação, em muitos casos, com
um desconhecimento do processo ambiental. “Há pessoas que não entendem que o
tráfico de animais silvestres só existe porque há quem compre esses animais”,
avalia Patrícia Locosque, Coordenadora de Fauna Silvestre da Semil. “Imaginam
que, ao adquirir um filhote de um papagaio, por exemplo, estão fazendo o bem
por cuidarem e protegerem o animal, mas se isentando da responsabilidade pelo
histórico anterior daquele filhote na retirada criminosa do ninho”, acrescenta.
Ainda segundo ela, a longo prazo, os impactos negativos para as populações das
espécies são inegáveis.
Espécies
Nos últimos cinco anos, as aves estão entre as mais afetadas.
A lista é encabeçada pela coleirinha (Sporophila caerulescens), seguida pelo
picharro (Saltator similis), canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola),
jabuti-piranga (Chelonoidis carbonaria), galo-da-campina (Paroaria dominicana),
papa-capim (Sporophila nigricollis), papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva),
pintassilgo (Sporagra magellanica), pássaro-preto (Gnorimopsar chopi) e pelo
tico-tico (Zonotrichia capensis).
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