O líder do governo na Câmara
dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), informou durante reunião com
parlamentares da base nesta terça-feira, 27, que o governo federal vai tirar
emendas e cargos dos deputados que assinaram o pedido de impeachment do
presidente Lula após o petista ter associado a reação de Israel na guerra
contra o Hamas ao Holocausto.
A informação foi publicada
pela Folha de S. Paulo e confirmada por O Antagonista.
Na conversa, segundo relatos
obtidos pelo site O Antagonista, Guimarães deixou claro aos líderes de partidos
como MDB, União Brasil, PSD, Republicanos e PP que os deputados que endossaram
o pedido de impeachment apresentado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP),
automaticamente, vão ser excluídos da base governista. E, por consequência,
perderam acesso a ministérios e a recursos parlamentares.
Como temos mostrado, o
pedido apresentado por Carla Zambelli foi protocolado com 140 assinaturas.
Depois disso, outros quatro parlamentares também endossaram o texto. Os
deputados da oposição querem pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), a dar seguimento ao pedido de impeachment. Lira já deu a entender que
deve rejeitar o pedido por considerá-lo intempestivo.
Trata-se do pedido de
impeachment com a maior adesão parlamentar até hoje. Até então, o recorde era
do processo contra Dilma Rousseff, em 2016. Naquele ano, a denúncia contra a
petista contou com 124 assinaturas.
Na semana passada, a
Secretaria-Geral da Câmara analisou e validou todas as assinaturas. Havia a
expectativa de que senadores também endossassem o pedido, mas como no rito do
impeachment é o Senado que julga o mérito, a oposição ao governo Lula achou por
bem não incluir essas assinaturas sob o risco de que elas pudessem ser
questionadas no futuro.
Crime de responsabilidade?
No pedido de impeachment, os
parlamentares alegam que as declarações do presidente associando a guerra em
Israel ao Holocausto configuram um crime de responsabilidade de acordo com o
Artigo 5º da Constituição Federal.
Citam: “São crimes de
responsabilidade contra a existência política da União: 3 – cometer ato de
hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra,
ou comprometendo-lhe a neutralidade”.
No início desta semana, em
agenda na Etiópia, o presidente Lula classificou como genocida a atuação de
Israel na Faixa de Gaza e comparou o episódio ao Holocausto judeu durante a
Segunda Guerra Mundial.
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