Conheça os sintomas da dengue, as fases da doença e os sinais de alerta - Maioria dos infectados tem sintomas básicos, mas alguns desenvolvem manifestações mais graves que indicam necessidade de atendimento médico
Os primeiros sintomas da dengue são febre alta, dores no corpo e atrás dos olhos, vermelhidão na pele e fadiga. Nessa fase, a doença é classificada como dengue clássica ou dengue sem sinais de alerta e pode ser controlada com hidratação intensa e certas medicações (alguns remédios precisam ser evitados; leia aqui), até seu desaparecimento em alguns dias.
Em uma minoria, outros sintomas mais específicos podem surgir
na sequência, principalmente quando a febre cessa por volta do quinto dia. Os
sintomas mais característicos dessa fase são dores abdominais, vômitos
intensos, desidratação, falta de apetite e sangramentos nas mucosas. Essa é a
fase da dengue com sinais de alerta, nome dado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) por indicar uma gravidade do quadro clínico. Nesse momento, é
importante ter acompanhamento médico.
Na dengue grave, a que mais preocupa, ocorre maior reação
inflamatória sistêmica, que altera a coagulação do sangue e acarreta a perda de
líquidos. A consequência pode ser uma hemorragia intensa e uma queda súbita da
pressão arterial, responsáveis pelo choque associado à dengue, principal causa
de óbito.
A manifestação grave era conhecida como dengue hemorrágica,
mas o termo foi reformulado pela OMS em 2009 diante das demais características
envolvidas no agravamento do quadro.
“As manifestações hemorrágicas como sangramento nasal e da
gengiva, pintas vermelhas pelo corpo, sangramento uterino e do trato digestivo
alto, que faz a pessoa vomitar sangue, e a quantidade baixa de plaquetas –
responsáveis pela coagulação – podem ser observadas em todas as fases da
dengue”, esclarece o infectologista e gestor médico de Desenvolvimento Clínico
do Butantan, Erique Miranda.
Segundo a OMS, o objetivo da mudança de nomenclatura foi
formar um critério simples, porém uniforme, para uma abordagem padrão de
atendimento em todo o mundo.
Veja os sintomas
de cada fase da dengue.
Dengue sem
sinais de alerta
Os primeiros sintomas começam, em média, cinco dias após a
picada do mosquito transmissor do vírus da dengue, o Aedes aegypti – esse
período é chamado de incubação. São eles:
- Febre alta (40°C)
- Forte dor de cabeça
- Dor atrás dos olhos
- Náusea
- Vômitos
- Manchas vermelhas na pele
Dengue com
sinais de alerta
Os sintomas podem se agravar ao fim da primeira semana e
ficarem piores em uma pequena fração de pessoas. Estes casos devem ser tratados
com atenção porque podem evoluir rapidamente para dengue grave. Os sintomas da
dengue com sinais de alerta são:
- Dor abdominal intensa
- Vômitos persistentes
- Respiração ofegante
- Sangramento de mucosas
- Fadiga
- Vômito de sangue
- Desidratação e sensação de boca seca
- Pele pálida
- Fraqueza
- Sonolência
- Cansaço excessivo
- Diminuição da temperatura do corpo
- Aumento repentino do hematócrito (porcentagem de hemácias)
- Queda abrupta de plaquetas
- Hipotermia
Dengue
grave
Se não forem tratados, os sintomas de dengue com sinais de
alerta podem evoluir para manifestações mais graves. Isso ocorre em uma pequena
parcela dos infectados, quando comparado à incidência total da doença.
Dos 3 milhões de casos confirmados de dengue no Brasil em
2023, menos de 1% apresentaram a pior face da doença, de acordo com a OMS.
Apesar de grave, o quadro pode ser revertido, desde que haja terapia hospitalar
intensiva. Nessa fase, somam-se alguns sintomas aos da dengue com sinais de
alerta:
- Febre hemorrágica da dengue (extravasamento do plasma
sanguíneo, que causa hemorragias severas)
- Síndrome do choque da dengue (colapso circulatório e falência
múltipla dos órgãos)
“É importante ressaltar que o fator determinante na febre
hemorrágica da dengue é o extravasamento plasmático, que pode ser expressado
por meio da hemoconcentração (aumento dos glóbulos vermelhos), hipoalbuminemia
(diminuição da albumina, proteína encontrada no plasma sanguíneo) e derrames
cavitários (extravasamento de líquidos). Se não tratados, esses sintomas podem
evoluir para o choque”, ressalta Erique Miranda.
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