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Aquisição de abelhas sem ferrão em extinção impulsiona pesquisa na Fatec - Doação de 30 colmeias da abelha sem ferrão Uruçu Amarela ao Projeto Doce Futuro, parceiro da Fatec, fortalece pesquisa empreendida há um ano

A coordenadora do projeto na Fatec, Flavia Vasquez Farinazzi Machado, está entusiasmada com a novidade. “A Uruçu Amarela (Melipona mondury) é muito eficiente como produtora de mel e pólen, dois produtos com os quais estamos desenvolvendo as pesquisas, e apresentando alta concentração de compostos bioativos importantes”, avisa.

Espécie eficaz

Garcia acrescenta algumas qualidades, além da reconhecida eficiência que leva cada colônia a produzir dois quilos de mel por ano: “A Uruçu Amarela é resistente ao frio, dócil e fácil de lidar”, diz o ambientalista. Em comparação com outras espécies, ela fica ainda mais atraente. “A Mandaguari, por exemplo, uma das espécies de Melipona mais produtivas, é bastante defensiva, exigindo que o apicultor utilize a mesma indumentária recomendada ao trabalho com as abelhas com ferrão. “Ela se enrola no seu cabelo, entra no seu ouvido ou no nariz”, conta. ”Por outro lado, a Jataí, que produz mel de boa qualidade, fornece uma quantidade muito menor, no máximo 350 gramas por ano”.

Segundo Garcia, a região de Marília se torna, com a doação das colmeias, um santuário da Uruçu Amarela. “Essa abelha foi incluída na lista vermelha de espécies ameaçadas, em alguns estados brasileiros”, diz Flávia. “Nós vamos estimular o seu repovoamento, o que significa maior desempenho na polinização e nos serviços ambientais, bem como na produção de mel e pólen para estudos científicos”.

Trabalho conjunto

Em maio de 2023, quando foi firmada a parceria entre a Fatec e o projeto Doce Futuro, Garcia apontou que faltavam, até então, análises da área de alimentação sobre a produção de abelhas realizadas por uma instituição de Ensino Superior. Com Johnny Santana e João Tramarin, o ambientalista fundou, em 2021, o projeto Doce Futuro e Agrofloresta, com a proposta de reflorestar uma área pública queimada e degradada de 120 mil metros quadrados, além de elevar o patamar das pesquisas de meliponicultura, o estudo das abelhas nativas. Entrava aí a expertise dos docentes da Fatec Marília.

Na linha de frente das pesquisas está a professora da Fatec Flavia Farinazzi, nutricionista de formação, que conta, desde o início, com a colaboração de outras duas docentes: Renata Bonini Pardo, veterinária, e, mais recentemente, Claudia Dorta, microbiologista.

Na ocasião, Flávia lembrou que as atividades de pesquisa incluem análises físicas, químicas e microbiológicas em amostras de mel recém-coletado. “Ao longo do processo de maturação proveniente de diferentes espécies de abelhas sem ferrão, as espécies deverão servir como requisitos de identidade e de formação de padrões importantes para a garantia de segurança de consumo do mel. Serão base de referência para inspeção, permitindo a comercialização oficial”, pontuou. Os dados coletados servirão também à estruturação de ensaios e projetos de pesquisa acadêmica, incluindo participação em eventos e publicação em revistas científicas.



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