Operação Verão é finalizada, com mais de mil presos e apreensão de 2,6 t de drogas - Ação contou com reforço de policiais para combater a criminalidade e reduziu em 25% os roubos na Baixada Santista
O reforço de policiais do interior e da capital na Baixada
Santista termina nesta segunda-feira (1) com o encerramento da terceira fase da
Operação Verão. A estratégia da Secretaria da Segurança Pública para combater o
crime organizado por meio da asfixia financeira do tráfico de drogas, agora dá
lugar à ampliação de efetivo de 341 PMs que passam a atuar de maneira permanente
nas cidades da região.
O anúncio foi feito pelo secretário da pasta, Guilherme
Derrite. “A operação cumpriu os seus objetivos, seja capturar alvos
identificados por um trabalho de inteligência conjunto entre as polícias como
reduzir os índices criminais na Baixada Santista. Agora, com a ampliação do
efetivo, podemos dar continuidade a esse combate, que será constante”,
ressaltou o secretário, ao analisar a região como uma das mais desafiadoras no
combate ao tráfico de drogas por conta de sua localização e escoamento de
drogas para Europa.
Desde dezembro, no início do reforço na segurança na Baixada
com as férias de fim de ano, 1.025 infratores foram presos, sendo quase a
metade (438) procurada pela Justiça, além de 47 menores apreendidos. As
Polícias Civil e Militar retiraram das ruas 2,6 toneladas de drogas e
apreenderam 119 armas de fogo ilegais. Esse trabalho resultou na redução de
roubos em 25,8% em Santos, São Vicente e Guarujá no primeiro bimestre do ano,
quando comparado ao do ano anterior. Em toda a Baixada Santista, fevereiro de
2024 foi o mês com a menor taxa de roubos da série histórica, iniciada em 2001.
As ações da Operação Verão vão dar espaço para a ampliação no
efetivo policial promovida pelo Governo do Estado nas principais cidades da
Baixada. No final de fevereiro, 341 PMs, entre soldados, cabos e sargentos,
passaram a atuar na região. Além disso, há previsão no aumento de policiais
civis com a formação de novos agentes neste ano.
No mês passado, a gestão paulista também anunciou uma série
de investimentos para fortalecer a segurança na Baixada. Há previsão de aplicar
R$ 70 milhões para reformar e concluir obras de unidades policiais e aquisição
de equipamentos, como viaturas, barcos blindados e novas armas. “Tudo isso para
continuar o combate ao crime na região, elencada como prioritária por conta da
grande quantidade de drogas encontrada e de procurados pela Justiça e outros
criminosos que foram presos utilizando o território para cometer seus crimes”,
destacou o secretário.
Combate ao
crime organizado
Durante a intensificação do policiamento, que contou com
unidades das forças de segurança de São Paulo, houve prisões de peças-chaves
para o crime organizado que atuavam a partir da Baixada.
Uma delas foi presa no último dia 8 de fevereiro. Karen de
Moura Tanaka Mori, a Japa, é suspeita de comandar a lavagem de dinheiro de uma
facção criminosa em Santos, Cubatão e Guarujá, além da capital. Os policiais
também prenderam Caio Vinicius, apelidado de “Nego Boy”, acusado de liderar o
tráfico de drogas em uma das comunidades de Santos.
Ainda dentro da operação, a polícia identificou a atuação de
Rodrigo Pires dos Santos, conhecido como “Danone”, outra liderança de alto
escalão de uma facção. Na ação, em 16 de fevereiro, o suspeito trocou tiros com
policiais e foi morto. Ao todo, 56 criminosos entraram em confronto com as
forças policiais e morreram.
Apreensões em áreas de mangue e imóveis demonstraram a
atuação de facções criminosas na Baixada para o escoamento de drogas, inclusive
para fora do país. Na última semana, 1,2 tonelada de cocaína que seria levada
para fora do Brasil a partir do litoral paulista foi apreendida por
investigadores do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Além disso, dezenas de imóveis usados por traficantes como
“casas bomba” para armazenar drogas e armas foram desativados pelos policiais
na Baixada. No último dia 14 de março, dez construções em área de mata foram
destruídas por equipes do policiamento ambiental, com apoio do Grupo de Ações
Táticas Especiais (Gate).
Gabinete em
Santos
A terceira fase da ação, iniciada em 7 de fevereiro, foi
deflagrada depois da morte de dois PMs que atuavam na Operação Verão. O soldado
Samuel Wesley Cosmo, da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), foi atingido
por um tiro no rosto durante uma operação no bairro Bom Retiro, e o cabo José
Silveira Santos, do 2° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), morreu ao
ser baleado em uma ação no Jardim São Manoel, ambos em Santos.
Na época, a Secretaria da Segurança Pública transferiu
temporariamente o gabinete da pasta para Santos, na sede do Comando de
Policiamento do Interior (CPI-6). As ações estratégicas de enfrentamento ao
crime organizado ganharam reforço no planejamento para capturar fugitivos da
Justiça e coibir o tráfico de drogas, atacando a cadeia logística usada pelas
organizações criminosas para transportar entorpecentes para países da Europa,
Ásia e África.
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