Barragem se rompe no Rio Grande do Sul - Há 21 pessoas desaparecidas e mais de 67.860 mil pessoas já foram de alguma forma afetadas por alagamentos, inundações, enxurradas e vendavais
Parte da barragem da usina de geração de energia 14 de Julho,
na bacia do Rio Taquari-Antas, localizada no município de Cotiporã (RS), na
Serra Gaúcha, se rompeu no início da tarde desta quinta-feira (2). A cidade
fica a cerca de 170 quilômetros de Porto Alegre.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o governador Eduardo
Leite afirmou que, segundo técnicos, o colapso não deverá causar “a devastação
de uma enxurrada”. Mesmo assim, a população das cidades que ficam abaixo do
local do rompimento deve sentir os efeitos do aumento do nível do rio Taquari.
“Buscamos fazer todo o trabalho possível para evitar o
rompimento, mas [devido ao] volume de água não conseguimos ter acesso [à
barragem] com os helicópteros [mobilizados] para levar os técnicos”, comentou
Leite. “Isso vai ter um impacto e estamos trabalhando para mitigar os efeitos”.
Moradores
devem sair de áreas de risco
Em nota, a Defesa Civil estadual informou que já vinha
alertando a população para a elevação do nível do rio devido às fortes chuvas
que atingem o estado desde a última sexta-feira (24) e que, com apoio de outros
órgãos públicos, está retirando as famílias que permaneciam nas áreas de risco.
“A orientação expressa é que os moradores dos municípios de
Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e Lajeado
deixem as áreas de risco e procurem abrigos públicos ou outro local de
segurança para permanecer durante a elevação de nível do Rio Taquari”, alertou
a Defesa Civil.
Também em nota, a Companhia Energética Rio das Antas informou
que detectou o rompimento parcial do trecho direito da barragem às 13h40. Ainda
segundo a companhia, o Plano de Ação de Emergência já estava em prática desde o
início da tarde de ontem (1º), em coordenação com as Defesas Civis da região,
com acionamento de sirenes de evacuação da área, para que a população local
pudesse ser retirada com antecedência e em segurança.
"O grande problema agora é a velocidade com que a água
vai descer rumo [às cidades de] Santa Bárbara e Santa Tereza. A altura da água
não deve mudar muito, porque o nível do Rio das Antas [já] estava passando
sobre a barragem. O risco agora é a vazão a partir da barragem 14 de
Julho", disse o secretário da Casa Civil, Artur Lemos, que no momento do
rompimento já se encontrava em Bento Gonçalves, cidade vizinha a Cotiporã.
Assim que foi informado do rompimento, o secretário
determinou que a equipe da Casa Civil contatasse imediatamente autoridades
públicas dos municípios abaixo da barragem para que tomassem as medidas
necessárias, como a evacuação de pessoas que continuam em áreas de risco.
Segundo a Casa Civil gaúcha, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já
está apurando as causas e consequências do rompimento.
O mais recente balanço da Defesa Civil estadual, divulgado ao
meio-dia de hoje, aponta que ao menos 13 pessoas já morreram e 12 ficaram
feridas, em todo o estado, devido às consequências das chuvas intensas. As
mortes já confirmadas ocorreram nos seguintes municípios: Encantado (1); Itaara
(1); Pântano Grande (1); Paverama (2); Salvador do Sul (2); Santa Cruz do Sul
(1); Santa Maria (2); São João do Polêsine (1); Segredo (1) e Silveira Martins
(1).
Mais cedo, a Defesa Civil chegou a contabilizar três óbitos
em Santa Maria, mas corrigiu a informação ao longo da manhã, informando que uma
destas mortes, na verdade, foi registrada em Silveira Martins.
Há 21 pessoas desaparecidas e mais de 67.860 mil pessoas já
foram de alguma forma afetadas por alagamentos, inundações, enxurradas e
vendavais. O número de desalojados, ou seja, de pessoas forçadas a deixar suas
casas e buscar abrigo na casa de parentes, amigos ou em hospedagens pagas, já
chega a 9.993, enquanto os que tiveram que buscar abrigos públicos ou de
entidades assistenciais totalizam 4.599.
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