Rio Grande do Sul decreta estado de calamidade pública por conta das cheias - A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado na noite desta quarta-feira (1º). Os temporais já deixaram 13 mortos, 21 desaparecidos e 12 feridos e afetam mais de 100 cidades.
O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública
nesta quarta-feira (1º) pelos "eventos climáticos de chuvas
intensas". A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do
Estado.
Os temporais que atingem o Rio Grande do Sul desde
segunda-feira (29) já causaram 13 mortes, deixaram 21 desaparecidos e tiraram
mais de 8 mil pessoas fora de casa. No total, 134 cidades sofreram algum tipo
de prejuízo.
O decreto destaca que o Rio Grande do Sul é atingido por
chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de
grande intensidade, sendo classificados como desastres de Nível III -
caracterizados por danos e prejuízos elevados.
Com a entrada em vigor, fica decretado que órgãos e entidades
da administração pública estadual prestarão apoio à população nas áreas
afetadas. Acrescenta que poderá ser encaminhada solicitação semelhante por
municípios, que serão avaliadas e homologadas pelo Estado.
O Decreto deve vigorará por 180 dias segundo o governo do Rio
Grande do Sul.
Chuva
histórica
O governador do Rio Grande do Sul disse nesta quarta que o
temporal que atinge a região desde segunda-feira (29) "será o maior
desastre do estado". Eduardo Leite (PSDB) comparou a situação com as
tragédias de 2023, que mataram dezenas de pessoas, e admitiu a dificuldade de
resgatar todas as pessoas afetadas.
A manifestação foi feita durante entrevista coletiva na sede
da Defesa Civil, em Porto Alegre. Os temporais já deixaram 11 mortos, 21 desaparecidos
e 11 feridos, segundo a Defesa Civil. O último boletim informou haver 4,4 mil
desalojados e desabrigados no estado.
Uma 11ª vítima, uma adolescente de 17 anos, teve o corpo
localizado pela Polícia Civil após um deslizamento de terra em Santa Maria, na
Região Central do RS. A identidade dela não foi divulgada. A morte ainda não
consta no balanço da Defesa Civil.
"Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates,
porque está muito mais disperso nesse evento climático que a gente está
vivenciando. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam. O estado tem
tido dificuldades para acessar as localidades", disse Leite.
O governador pediu que as pessoas que vivem nas cidades afetadas saiam de casa, porque as forças de segurança não conseguem chegar a todos os locais para resgate.
O governo anunciou ainda a suspensão das aulas na rede
pública estadual. A medida vale na quinta (2) e na sexta-feira (3) em escolas
de todo o Rio Grande do Sul.
Ao todo, foram registrados problemas em 107 municípios,
afetando 19.110 pessoas. A previsão do tempo alerta para risco de chuva por,
pelo menos, mais 36 horas no RS.
Ajuda
federal
Na terça (30), o governador chegou a pedir
"urgência" da ajuda federal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). A Força Aérea enviou helicópteros, mas o resgate foi difícil em razão das
condições climáticas. Lula afirmou que visitará o Rio Grande do Sul nesta
quinta-feira (2).
"É um momento de enfrentamento como de uma guerra, que
não tem um inimigo a ser combatido, mas que tem obstáculos críticos para serem
superados", falou Leite.
Em três eventos climáticos no ano passado, o estado registrou
75 mortes. A tragédia no Vale do Taquari, em setembro, deixou 54 vítimas. A
mesma região está sendo atingida pelos temporais desta semana, que também
ocorrem no Vale do Rio Pardo, Vale do Caí e Região Central do estado, em Santa
Maria.
"[Em 2023] Nós tivemos uma enxurrada, mas, em seguida, o
tempo nos deu condição de entrar em campo para fazer socorro, resgate e salvar
centenas de vidas naquelas condições. Neste momento, nós estamos tendo muitas
dificuldades operacionais para colocar as equipes em campo", afirmou o
governador.
Barragens
Eduardo Leite ainda falou do risco de rompimento da barragem
Quatorze de Julho, na Serra do RS.
"Caso continuem as chuvas, nós podemos ter um risco real
de rompimento dessa barragem. Municípios que são afetados são Cotiporã, São
Valentim, Santa Bárbara, Santa Teresa, Muçum", alertou.
O estado tem um plano de evacuação da região, segundo Leite.
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...