A inflação
em maio surpreendeu o mercado financeiro ao acelerar para 0,46% (0,08 ponto
percentual acima da taxa de abril, que foi de 0,38%), de acordo com dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os analistas esperavam
uma alta de 0,42%, mas a pesquisa mostrou preços maiores em alimentos e energia
elétrica. Este é o primeiro resultado a considerar os efeitos das enchentes no
Rio Grande do Sul sobre os preços ao consumidor. Em Porto Alegre, o índice
disparou para 0,87%, o maior do país. Em todo o ano, a inflação atingiu 2,27%.
Em 12 meses, o IPCA acumula 3,93%, em linha com o observado nos 12 meses
anteriores. As fortes chuvas que atingiram o território gaúcho desde abril
começaram a impactar os preços na economia brasileira. Porto Alegre tem peso
significativo na inflação nacional, sendo a quarta capital mais relevante entre
as 16 pesquisadas pelo IBGE.
A inflação
em maio foi impulsionada pelo aumento dos preços em Alimentação e Bebidas, com
destaque para tubérculos, raízes e legumes. A batata teve um aumento de 20,61%
em um mês. A oferta da batata foi reduzida devido à safra das águas e às chuvas
que afetaram a produção no Rio Grande do Sul. A variação da inflação por grupo
mostrou aumentos em Habitação, Vestuário, Saúde e Cuidados Pessoais, entre
outros. Economistas estimam que a inflação fechará o ano em torno de 3,9%, com
uma desaceleração em relação ao ano anterior. A taxa de juros alta tem
contribuído para conter os avanços dos preços. No entanto, a tragédia gaúcha
pode impactar o custo de bens e serviços este ano. O governo elevou a previsão
de inflação medida pelo IPCA para 3,70% em 2024, devido às inundações no
Estado. As projeções do mercado financeiro também apontam um aumento nas
estimativas de inflação para este e o próximo ano.
Entre os
nove grupos de produtos e serviços analisados, oito apresentaram alta em maio.
O grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve a maior variação, com um aumento de
0,69%, contribuindo com 0,09 ponto percentual para o índice geral. Os maiores
impactos vieram dos grupos Alimentação e Bebidas (0,62%) e Habitação (0,67%),
que contribuíram com 0,13 e 0,10 ponto percentual, respectivamente. O grupo
Artigos de Residência foi o único a registrar queda, com uma variação de
-0,53%.
Grupos com
maior impacto:
Alimentação
e Bebidas: alta de 0,62%, com destaque para os preços da batata inglesa
(20,61%), cebola (7,94%), leite longa vida (5,36%) e café moído (3,42%).
Habitação:
crescimento de 0,67%, influenciado principalmente pelo aumento de 0,94% na
energia elétrica residencial, devido aos reajustes tarifários em diversas
cidades.
Saúde e
cuidados Pessoais: aumento de 0,69%, impulsionado pelo plano de saúde (0,77%) e
itens de higiene pessoal, como perfumes (2,59%) e produtos para a pele (2,26%).
Variação
regional
Entre as
regiões, Porto Alegre teve a maior variação em maio, com uma alta de 0,87%,
devido ao aumento nos preços da
batata inglesa, gás de botijão e gasolina. Em contraste, Goiânia registrou uma
queda de 0,06%, principalmente por conta da redução nos preços da gasolina e do
etanol.
Índices
regionais:
Porto
Alegre: 0,87%
São Luís:
0,63%
Belo
Horizonte: 0,63%
Aracaju:
0,60%
Goiânia:
-0,06%
Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)
O INPC
também apresentou alta em maio, registrando 0,46%, acima do 0,37% observado em
abril. No ano, o índice acumula uma alta de 2,42%, e nos últimos 12 meses,
subiu 3,34%, superando os 3,23% do período anterior. Os produtos alimentícios
tiveram um aumento de 0,64%
em maio, enquanto os não alimentícios subiram 0,40%.
Variação por
região do INPC:
Porto
Alegre: 0,95%
São Luís:
0,65%
Belo
Horizonte: 0,61%
Salvador:
0,59%
Fortaleza:
0,58%
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