Nesta semana, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação e reforça os desafios do Brasil em relação à degradação ambiental e à perda de terras produtivas. Estudos mostram que o país pode ter a primeira área com clima de deserto. Regiões como o semiárido nordestino e partes do Cerrado já sofrem com condições climáticas extremas, incluindo secas prolongadas e o aumento da temperatura média, que criam um ambiente propício para a desertificação. Pesquisadores acreditam que, nos próximos anos, a região árida pode triplicar de tamanho no país. No nordeste, é comum ver quase que uma ausência de verde, mas estudos demonstram que por lá e também no cerrado, o clima está cada vez mais semelhante a um deserto, tornando as terras improdutivas. Segundo pesquisa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do Cemanden (Centro de Monitoramento de Desastres), a região considerada semiárida no Brasil teve um aumento de 226 mil km², nos ultimos 60 anos. Entre 1990 e 2020, houve o surgimento de uma área mais árida de quase 5.763 km², o que equivale a extensão de todo o território Distrito Federal. O aumento da área seca abrange principalmente Bahia e Pernambuco.
Essa mudança
transforma terras férteis em áreas áridas, o que tem implicações
socioeconômicas significativas e afeta a segurança alimentar, o acesso à água
potável e o sustento de milhões de pessoas que dependem da agricultura de
subsistência nessas regiões. Além disso, a perda de biodiversidade e a
degradação dos ecossistemas comprometem a resiliência ambiental do país como um
todo. Um dos principais impactos das mudanças climáticas no Brasil é a
alteração nos padrões de chuvas, com aumento de periodos de estiagem cada vez
mais longos e a desertificação não afeta apenas o meio ambiente, mas também tem
sérias consequências sociais e econômicas, como a perda de terras
agricultáveis, migrações forçadas e aumento das desigualdades socioeconômicas.
Ações
concretas para combater a desertificação muitas vezes enfrentam desafios
estruturais, como a falta de investimentos adequados em práticas sustentáveis
de uso da terra, a burocracia na implementação de políticas ambientais e a
resistência de interesses econômicos contrários à conservação ambiental. O
processo de desertificação está se tornando mais acelarado por causa do
aquecimento global e é essencial investir em tecnologias e práticas agrícolas
resilientes ao clima, buscar cooperação
internacional na criação de soluções, além de fortalecer a educação ambiental,
conscientizando a população sobre os impactos de solos mais áridos.
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