Polícia Federal indicia o ministro Juscelino Filho por suspeita de corrupção e organização criminosa
A Polícia
Federal concluiu uma investigação que envolve o ministro das Comunicações,
Juscelino Filho (União Brasil-MA), acusando-o de integrar uma organização
criminosa e de cometer corrupção passiva. As acusações estão relacionadas ao
desvio de recursos destinados a obras de pavimentação financiadas pela estatal
federal Codevasf. O indiciamento de Juscelino inclui suspeitas de crimes como
organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O ministro
ainda não se manifestou sobre as acusações. As irregularidades investigadas
pela PF concentram-se em obras realizadas em Vitorino Freire (MA), cidade
administrada por Luanna Rezende, irmã do ministro. Tais obras foram financiadas
por emendas parlamentares indicadas por Juscelino Filho quando ele atuava como
deputado federal.
Um relatório
da CGU (Controladoria-Geral da União) aponta que uma das obras beneficiou
propriedades da família do ministro. Isso embasou o relatório final da Polícia
Federal, já encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), onde o caso está sob
a relatoria do ministro Flávio Dino. Além das irregularidades em Vitorino
Freire, a PF suspeita de três diferentes caminhos pelos quais os desvios teriam
ocorrido. Um dos principais elementos da investigação é a empresa
Construservice. Os agentes teriam verificado mensagens comprometedoras entre
Juscelino e um sócio oculto da empresa conversando sobre a execução das obras e
a destinação das emendas parlamentares.
Em março de 2023, Juscelino Filho já havia se envolvido em outra controvérsia, sendo acusado de utilizar dinheiro público para financiar viagens pessoais. Ele foi nomeado ministro das Comunicações em dezembro de 2022, com o objetivo de integrar o União Brasil à base de apoio do governo Lula e assegurar votos no Congresso para aprovação de projetos. O Ministério liderado por ele é responsável pelas políticas de telecomunicações, radiodifusão e serviços postais, incluindo os Correios. Até o momento, o Palácio do Planalto não se pronunciou sobre as novas acusações contra o ministro.
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