Brasil teve 47 mil quedas de luz causadas por incêndios em 2023 - Número é 21% maior em comparação ao ano anterior
O Brasil registrou, em 2023, 47 mil quedas de energia elétrica provocadas por incêndios e queimadas, um aumento de 21% em comparação ao ano anterior, segundo pesquisa feita pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) a partir de dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em 2019, foram 23 mil casos registrados, o que mostra que,
em quatro anos, o número de interrupções mais do que dobrou. No primeiro
quadrimestre de 2024, foram mais de 18 mil notificações. Com a estação seca, a
projeção é de alta dos casos neste ano.
“Não só o sistema de distribuição, onde a gente atua, mas
também em outras áreas de linhas de transmissão e, até mesmo usinas são
colocadas em risco com esses incêndios. Você tem desde fogos que acabam
danificando as torres ou, com o aumento da temperatura de cabos, é provocado
desligamento. São riscos muito grandes. E quando isso atinge outro tipo de
instalação, como uma subestação, termina-se tendo danos de recuperação muito
grandes”, alertou o presidente da Abradeee, Marcos Madureira, à Agência Brasil.
Desde o início da série histórica, em 2018, até o primeiro quadrimestre de 2024, mais de 21 milhões de unidades consumidoras foram afetadas pelo corte no fornecimento de luz causado por fogo na rede elétrica.
De acordo com Madureira, os meses de agosto a outubro são
os mais preocupantes, pois a vegetação fica mais seca, elevando o risco de
incêndios, criminosos ou não. A ação dos ventos pode ainda contribuir para
propagação das chamas, agravando os efeitos nas linhas de distribuição e
transmissão de energia.
“Os dados dos primeiros meses de 2024 são maiores até do
que tivemos em períodos mais secos de anos anteriores [é o maior desde 2018]. É
preocupante por essa razão, porque já temos números parecidos com os
registrados no período mais seco”, completou.
Prevenção
Uma das principais medidas para evitar incêndios nas redes
de energia é não soltar balões, prática que é criminosa.
Na última semana, um balão caiu na na zona leste de São
Paulo, pegou fogo e atingiu imóveis, uma creche e um poste. Sete bairros
ficaram sem luz.
Quem identificar focos de incêndio na rede elétrica deve
acionar a polícia, a distribuidora de energia da região e o Corpo de Bombeiros.
Para evitar as interrupções na distribuição de energia,
Marcos Madureira alerta ainda que a população evite fogueiras para limpeza de
terrenos e pastos ou atirar restos de cigarros acesos em estradas.
Dentro da prevenção, as distribuidoras têm utilizado drones para rastreamento de riscos de incêndio nas redes de distribuição, visando identificar áreas onde o acúmulo de vegetação seca perto da fiação pode significar um risco.
A tecnologia tem sido usada em Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul, que sofrem com a seca e queimadas severas.
Madureira destacou ainda o esforço de treinamento e
capacitação de equipes para combate ao fogo. “É uma tarefa de risco. Tem que
ter um mínimo de conhecimento sobre como agir para fazer a
contenção de um incêndio florestal. E um dos aspectos que as empresas têm feito
é capacitar seu pessoal para poder participar dessas brigadas anti-incêndio”,
afirmou.
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...