A indústria
gaúcha registrou a maior queda da série histórica do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) no mês de maio, quando o estado foi impactado
por fortes chuvas e enchentes. O dado foi divulgado, no Rio de Janeiro, nesta
sexta-feira (12), na Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional.
De abril
para maio, o recuo da produção no estado, que representa 6,8% da indústria
nacional, foi de 26,2%, enquanto a indústria brasileira teve uma queda média de
0,9%. Segundo o IBGE, o tombo superou o verificado no início da pandemia de
covid-19, em abril de 2020 (-20,5%).
Com início
no fim de abril, as chuvas torrenciais que atingiram o estado afetaram 478 dos
497 municípios - ou seja, cerca de 96,18% das cidades gaúchas - e causaram a
morte de 182 pessoas, segundo informações divulgadas pela Defesa Civil do
Estado do Rio Grande do Sul na última segunda-feira (8). O levantamento
informou ainda que 31 pessoas seguem desaparecidas.
Vários
setores foram afetados e contribuíram para o comportamento negativo da
indústria do Rio Grande do Sul, como
derivados do petróleo, produtos químicos, veículos automotores, alimentos,
artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, produtos do fumo, máquinas
e equipamentos, produtos de metal, metalurgia e bebidas.
Analista da
pesquisa, Bernardo Almeida afirmou à Agência IBGE de Notícias que “houve
paralisação total ou parcial em diversas plantas industriais, além de muitas
dificuldades de logística que prejudicaram a atividade industrial no estado.
Segundo o analista, “esse é o segundo pior patamar de produção da indústria no
estado”.
Cenário
nacional
No Brasil, a
PIM Regional aponta que nove dos 15 estados avaliados sofreram retração. E,
além do Rio Grande do Sul, o Espírito Santo também teve uma queda
significativa: 10,2%. São Paulo, principal parque industrial do Brasil, teve
recuo de 0,2%. Pará e Bahia, nas Regiões Norte e Nordeste, anotaram taxas
positivas: 12,6% e 80% respectivamente.
Em
comparação ao mesmo período em 2023, a retração da indústria brasileira foi de
1%.
“É o segundo
resultado negativo seguido da indústria, acumulando perda de 1,7% nesse
período. Fatores macroeconômicos vêm impactando a produção industrial. Apesar
da melhora do mercado de trabalho, com redução da taxa de desemprego, e do
aumento do rendimento médio dos trabalhadores, os juros continuam em um patamar
elevado. Isso leva a um encarecimento do crédito, atingindo diretamente a
cadeia produtiva pelo lado da oferta, e afeta a renda disponível das famílias,
retraindo o consumo. A inflação também influenciou”, finalizou Almeida.
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