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Cirurgião fala sobre os avanços da recuperação facial no Brasil - Instituto Mais Identidade transforma sem custo aparência de pessoas que sofreram alterações na aparência devido a doenças, acidentes ou condições congênitas.

O Instituto Mais Identidade, situado em São Paulo, realiza um trabalho inovador na área de recuperação facial, oferecendo esperança e reintegração social para quem sofre com alterações em sua aparência devido a doenças, acidentes ou condições congênitas. A instituição combina tecnologia avançada e um enfoque humanizado para proporcionar soluções que vão além da estética, promovendo a autoestima e a qualidade de vida dos atendidos, um serviço oferecido sem custos para o paciente. “O futuro da reconstrução facial passa por dois momentos: um que envolve a limitação do dano, sendo trabalhada a prevenção (nos casos de tumores e previsão de tratamento) e o segundo que consiste na melhoria de técnicas reconstrutivas, que sempre são possíveis evoluir. O futuro é realmente envolver as técnicas de trabalhos digitais no computador, inteligência artificial e impressão 3D com materiais que sejam cada vez mais próximos à pele e às estruturas dos pacientes e também trabalhar em termos de próteses robotizadas, que são aquelas próteses que vão simular os movimentos, por exemplo, da pálpebra do globo ocular”, exemplifica o Dr. Luciano Dib, especialista em estomatologia e cirurgia bucomaxilo facial e presidente do Instituto Mais Identidade.

O Mais Identidade foi fundado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, assistentes sociais e especialistas em reabilitação. O instituto utiliza técnicas de reconstrução facial que incluem procedimentos cirúrgicos, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico para a recuperação da função e parte estética da face. O trabalho começa com uma avaliação detalhada das necessidades de cada paciente, permitindo um plano de tratamento personalizado. “Um dos principais objetivos é não apenas restaurar a aparência, mas também auxiliar na reintegração social dos pacientes. Os resultados obtidos têm sido encorajadores: muitos pacientes relatam melhorias significativas na autoestima e na qualidade de vida após os tratamentos. Além disso, a instituição se empenha em conscientizar a sociedade sobre a importância da inclusão e do respeito à diversidade, desafiando estigmas e promovendo a empatia”, lembra Dib.

O portal Jovem Pan conversou com o cirurgião Luciano Dib sobre a iniciativa e, em uma entrevista exclusiva detalhou a estrutura e importância do trabalho realizado há tantos anos.

Quais as principais dificuldades enfrentadas hoje no país com relação ao segmento de recuperação facial?

As dificuldades para as reconstruções faciais envolvem, obviamente, o grau da deformidade. Então, quanto maior um tumor ou um acidente, mas falando especificamente sobre casos de tumores, o ideal é que haja um diagnóstico precoce para que os tratamentos sejam os menores possíveis. Mas quando uma mutilação é muito ampla, vai haver dificuldades como uma necessidade de reconstruções ósseas, reconstruções musculares, reconstruções de tecidos cutâneos, em que, às vezes, a cirurgia reconstrutiva não é capaz de proporcionar. Aí entram as próteses, e essas próteses procuram com produtos à base de silicone, especialmente, ou resinas, ou, às vezes, outros materiais, reproduzia anatomicamente aquela porção que não foi possível de ser reconstruída de outra forma. Algumas vezes utilizamos implantes de titânio, que são estruturas que vão ficar ancoradas no osso, para reter essas próteses. A tecnologia para a produção das próteses é fundamental. Na verdade, a tecnologia começa até antes, ela começa no próprio planejamento cirúrgico.

Qual a importância da equipe multidisciplinar nesse tipo de tratamento?

A equipe multidisciplinar é fundamental e, na verdade, nosso conceito é de transdisciplinaridade, que é, assim, todos trabalhando e conhecendo todas as áreas e sabendo o que podem fazer dentro da sua especialidade, o que não podem fazer e conhecendo as outras especialidades, o que elas podem e o que elas não podem fazer. Então, a transdisciplinaridade é fundamental. Nós precisamos de uma equipe composta por cirurgiões dentistas, médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, designer gráfico, administradores, especialistas no marketing social, engenheiros. Enfim, é um grupo muito grande de profissionais que tem que estar ali presente e colocando realmente a sua expertise em prol de uma solução.

Qual mensagem o senhor gostaria de transmitir aos pacientes que estão passando por essa experiência?

A gente sabe que a esperança na reabilitação é a chama que mantém a vida acesa desses pacientes. Eles realmente sonham com o momento em que eles vão ter uma estrutura facial recuperada, que vão ter a condição de falar normalmente, que vão ter a condição de se alimentar, de conviver de uma forma o mais próximo do que eles tinham antes. E isso é qualidade de vida. Realmente, a limitação estética e funcional que a deformidade facial gera coloca esses pacientes muitas vezes numa condição de uma vida à margem da sociedade. E essa possibilidade de reabilitação os mantém muito motivados. E quando eles recebem a motivação, realmente a gente tem tido, entre aspas, “pagamentos extraordinários” com pessoas maravilhosas, que realmente voltam à vida e começam a mostrar todo o seu valor, que às vezes estava ali encoberto por uma deformidade. Nossa missão nessa área é sempre estimular o desenvolvimento para que soluções que hoje ainda não sejam possíveis venham a ser possíveis no futuro próximo. O que eu digo é assim: cabeça erguida, confiança, esperança e vamos buscar uma solução para cada caso.

Como o senhor vê o futuro da reconstrução facial?

Um aspecto muito importante para nós é o desafio de manter o Instituto Mais Identidade vivo e com fôlego financeiro para, não só seguir com avanços científicos planejados, mas também ampliar a capacidade de atendimentos. Existe uma demanda represada de pessoas com deformidades severas na face que sobrevivem com vergonha de mostrar o rosto até para a família. Com recurso do Programa Nacional de Apoio a Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD) e das empresas que aportam recursos no projeto, o instituto já atendeu mais de 200 pacientes de todas as regiões do Brasil. Somos referência, mas lutamos diariamente para manter a equipe especializada na produção de próteses faciais. Além da alta tecnologia, os recursos humanos são fundamentais para continuarmos entregando um resultado muito além da estética, que traz impactos positivos para a vida de pacientes que tinham o rosto desfigurado. A prótese e o acompanhamento devolvem aos pacientes a oportunidade de recuperar, não apenas a aparência, mas também autoestima, funcionalidade e relações profissionais e pessoais. Eles voltam a viver com dignidade.

Qual o papel da família e dos amigos no processo de recuperação do paciente?

É fundamental que toda a família esteja envolvida e, nesse sentido, a gente sabe que uma pessoa que tenha uma mutilação, uma desfiguração facial, é todo o conjunto familiar que é afetado, porque aquilo realmente modifica o ambiente da vida familiar. A prótese atualmente vai ter um período de durabilidade, ela se estraga pela ação do sol, da poeira, da sujeira, da contaminação dos elementos externos, a coloração se perde com o tempo. Então, é muito importante que o paciente siga uma série de recomendações para que essa longevidade aumente, com cuidados de limpeza, de desinfecção. Por isso, estamos também orientando muito o paciente para fazer processos que limpem a prótese sem estragá-la, usando produtos específicos. Por isso que dentro do instituto a gente trabalha muito com o envolvimento da família, os psicólogos fazem rodas de conversa, para que todos estejam de fato motivados e engajados nos contínuos cuidados desse paciente.

 O Instituto lançará o livro “A Lição de Antonella e Outras Histórias de Amor, a Origem do Instituto Mais Identidade”, que traz depoimentos de pacientes que foram reabilitados ao longo dos anos e tiveram resgate da qualidade de vida. A publicação conta também a história do próprio instituto, do conhecimento científico ao longo desses últimos anos de evolução e da importância desse trabalho que envolve centenas de pessoas. “O que dá título ao livro é a história da pequena Antonella, um bebê que veio para transformar o mundo — ou pelo menos a vida de muitas pessoas. Um bebê que nasceu com uma má-formação ocular e que, com a singeleza da sua história, nos traz lições de muita humildade, acolhimento, amor familiar e, sem dúvida nenhuma, uma esperança de que o amor realmente continua sendo a nossa maior qualidade e o maior, a nossa maior alavanca para fazer com que a vida valha a pena”, se emociona. Para mais informações, acesse @maisidentidadeoficial.

 


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