O Gabinete de Segurança de Israel aprovou nesta terça-feira
(26) um acordo de cessar-fogo com o grupo radical libanês Hezbollah, afirmou
uma autoridade israelense à CNN.
Não há confirmação, até o momento, sobre os últimos detalhes
do acordo — como quando será implementado e a duração.
Embora o entendimento não tenha sido anunciado oficialmente,
acredita-se que uma suspensão de 60 dias das hostilidades visa implementar a
Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, com a esperança de que possa
formar a base de uma trégua duradoura.
A negociação foi mediada pelos Estados Unidos, que enviou um
representante a Israel e ao Líbano.
Em discurso televisionado também na tarde desta terça, o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que está pronto para
implementar o cessar-fogo e que “responderia com força a qualquer violação”
pelo Hezbollah.
Na semana passada, tanto o grupo armado, quanto o governo
libanês haviam dado sinal positivo para uma proposta dos EUA, segundo o enviado
americano Amos Hochstein.
No discurso gravado, o premiê israelense elencou três motivos
para o acordo de cessar-fogo:
·
focar no Irã
·
repor os suprimentos de armas e dar descanso ao
Exército
·
isolar o Hamas
Ele ressaltou que o Hezbollah, que é apoiado pelo Irã e
aliado ao Hamas, está consideravelmente mais fraco do que no início do
conflito.
Além disso, alegou que os suprimentos militares estariam se
esgotando em parte por “grandes atrasos” no fornecimento de armas e munições.
Netanyahu diz que Israel
responderá a violações
No mesmo discurso, o premiê advertiu que Israel responderá
“decisivamente” a possíveis violações do cessar-fogo.
“Faremos cumprir o acordo e responderemos vigorosamente a
qualquer violação. Juntos, continuaremos até a vitória”, destacou Netanyahu
“Em coordenação total com os Estados Unidos, mantemos total
liberdade de ação militar. Caso o Hezbollah viole o acordo ou tente se rearmar,
atacaremos decisivamente”, alertou.
Setores de Israel veem
acordo com indignação
Antes da votação, o acordo foi recebido com fúria pela ala
mais extremista da coalizão de Netanyahu e apreensão por moradores do norte de
Israel, muitos dos quais foram deslocados pelo conflito, junto com moradores do
sul do Líbano do outro lado da fronteira.
O ministro da Segurança Nacional Itamar Ben Gvir chamou o
acordo de “grande erro” na segunda-feira (25), alertando que sua aprovação
seria “uma oportunidade histórica perdida de erradicar o Hezbollah”.
Ben Gvir, que há muito tempo trabalha para frustrar
potenciais acordos de cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza, votou contra
o acordo envolvendo o conflito no Líbano.
Prefeitos das comunidades mais ao norte de Israel ficaram
indignados com relatos de que o governo de Netanyahu estava prestes a aprovar o
acordo, com um deles chamando-o de “acordo de rendição” e uma “desgraça em
escala histórica”.
Proposta dos EUA
A proposta apoiada pelos Estados Unidos visa uma suspensão de
60 dias no conflito e está sendo retratada como a base de um cessar-fogo
definitivo, segundo um oficial libanês.
A autoridade pontuou que os termos estão dentro dos
parâmetros da Resolução 1701 da ONU, que colocou fim à guerra entre o Hezbollah
e Israel de 2006.
O documento estipula que os únicos grupos armados na área ao
sul do rio Litani, no Líbano, devem ser o Exército do Líbano e as forças de
manutenção da paz da ONU, conhecidas como Unifil.
A proposta também exige que as forças terrestres israelenses,
que operam no sul do Líbano desde setembro, se retirem do país e que haja uma
aplicação mais rigorosa da Resolução 1701, explicou a fonte, que não quis ser
identificada.
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