O sorotipo 3 da dengue voltou a circular no estado de São Paulo, após ficar em baixa circulação desde 2016. Especialistas alertam para aumento de casos da doença, uma vez que a dengue possui quatro sorotipos e a pessoa infectada só fica imune ao sorotipo que adquiriu.
A circulação
de sorotipos da dengue é identificada pelas unidades sentinelas de arboviroses.
São 71 em todo o Estado de São Paulo, implantadas em unidades básicas de saúde
e em pronto-atendimentos, que recebem amostras de PCR para monitorar casos de
dengue, Zika e chikungunya. Como a linhagem ficou um tempo considerável em
baixa circulação, a população encontra-se mais vulnerável a ela.
Conheça os
diferenciais do sorotipo 3 da dengue e saiba como se proteger contra ele.
Dengue tipo 3 é mais
grave?
O sorotipo
DENV-3 é uma das quatro categorias de dengue em circulação no Brasil. Estudos
apoiados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) não
sugerem que a dengue tipo 3 seja mais grave. No entanto, quando o indivíduo é
infectado por outros sorotipos, como o DENV-1, e logo depois pelo DENV-3, a
gravidade do caso pode aumentar.
Os sintomas
da dengue tipo 3 são iguais aos demais: febre alta, dor atrás dos olhos, dor no
corpo, manchas avermelhadas na pele, coceira, náuseas e dores musculares e
articulares. Com o retorno do sorotipo 3, aumentam as chances de reinfecção
pela doença.
Onde tem dengue tipo
3?
O interior
do estado de São Paulo apresenta maior susceptibilidade para o aparecimento da
dengue tipo 3. Isso porque a combinação de tempo quente e úmido favorece a
proliferação do mosquito causador da dengue.
Em São José
do Rio Preto, por exemplo, pesquisadores da Famerp (Faculdade de Medicina de
São José do Rio Preto) identificaram aumento de casos de dengue tipo 3 no
Hospital de Base e nas unidades de pronto-atendimento (UPAs) da região, desde o
fim de 2023. O estudo foi publicado no Journal of Clinical Virology.
Unidades
sentinelas de arboviroses realizam o monitoramento dos tipos de dengue
circulantes no estado de São Paulo. Elas recebem amostras e encaminham ao
Instituto Adolfo Lutz. “Desde o ano passado, conseguimos verificar que o
sorotipo 3 da dengue estava entrando no estado. Também foi por meio delas que
identificamos, em 2024, o surgimento dos casos de febre Oropouche. Estamos
monitorando isso rapidamente”, diz Regiane de Paula, coordenadora em Saúde da
Coordenadoria de Controle de Doenças.
Como se proteger da
dengue tipo 3?
As medidas
de prevenção são as mesmas. Como a dengue é transmitida pela picada do mosquito
Aedes aegypti infectado, a principal prevenção contra a doença é o combate ao
vetor.
Eliminar
criadouros como recipientes com água parada; instalar telas em portas e
janelas, e promover a conscientização comunitária sobre as medidas preventivas
que podem ser tomadas pela população são as principais medidas de prevenção.
Para denunciar focos do mosquito, procure a Secretaria Municipal de Saúde, a Vigilância Sanitária ou o Centro de Controle de Zoonoses do seu município.
Vacina contra dengue
O Instituto
Butantan desenvolve a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue.
Os estudos foram concluídos ano passado, e o Instituto Butantan já submeteu o
pedido de registro do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa).
A vacina do
Butantan é tetravalente, ou seja, oferece proteção contra os quatro tipos de
dengue em circulação no Brasil. Caso o imunizante seja aprovado pela Anvisa, o
Instituto afirma ter condições de fornecer cerca de 100 milhões de doses ao
Ministério da Saúde (MS) nos próximos três anos, sendo 1 milhão ainda em 2025.
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