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Medicina de precisão: o novo capítulo no tratamento oncológico

Ao longo dos últimos anos, o tratamento oncológico apresentou grandes avanços, passando de abordagens terapêuticas iniciais para estratégias e protocolos altamente individualizados, conhecidos hoje como medicina de precisão. Essa prática busca ultrapassar os limites dos tratamentos oncológicos convencionais, utilizando biomarcadores moleculares para identificar subtipos específicos de tumores, prever o desempenho das respostas terapêuticas e minimizar toxicidades no organismo.

O pilar da medicina de precisão são os biomarcadores moleculares, ferramentas indispensáveis na oncologia atual, categorizados em três tipos principais:

1. Biomarcadores Diagnósticos: identificam a presença de mutações genéticas específicas de cada indivíduo, como o EGFR nas neoplasias de pulmão ou o BRCA1/2 no câncer de mama, possibilitando diagnósticos mais precisos.

2. Biomarcadores Prognósticos: têm a capacidade de prever o comportamento biológico do tumor, auxiliando na escolha do tratamento mais adequado para cada caso. Exemplos incluem o índice de proliferação Ki-67 e a assinatura genômica do Oncotype DX em tumores de mama.

3. Biomarcadores Preditivos: direcionam a escolha terapêutica, prevendo a eficácia de medicamentos-alvo, como os inibidores de PD-1/PD-L1 em pacientes com alta carga mutacional tumoral (TMB).

Esses avanços tecnológicos na oncologia trouxeram inúmeros benefícios à jornada do paciente, desde o diagnóstico – tornando-o mais preciso – até o tratamento, possibilitando a escolha das medicações mais adequadas e eventuais ajustes necessários, além de melhorar a qualidade de vida do paciente e, potencialmente, alcançar a cura.

Dentre os benefícios, destaca-se a imunoterapia personalizada. Com base nos resultados dos biomarcadores, é possível combinar informações que demonstram aprimorar a eficácia terapêutica em quase 50% em relação aos casos sem biomarcadores.

Contudo, apesar dos avanços, a implementação da medicina de precisão enfrenta desafios:

1. Heterogeneidade Tumoral: a diversidade genética intra e intertumoral pode limitar a eficácia dos biomarcadores.

2. Acessibilidade: custos elevados e infraestrutura limitada dificultam a adoção rotineira.

3. Evidências Clínicas: muitos biomarcadores ainda carecem de validação robusta em ensaios clínicos randomizados.

Ainda assim, espera-se o desenvolvimento de plataformas que integrem abordagens personalizadas ainda mais precisas e economicamente viáveis.

A incorporação da medicina de precisão e dos biomarcadores no arsenal terapêutico oncológico marca o início de uma era que vai além dos tratamentos convencionais, abrindo espaço para intervenções sob medida, personalizadas e com maior eficácia. Essa revolução científica traz consigo melhorias nos desfechos clínicos, impactando positivamente a qualidade de vida do paciente e ampliando as chances de cura.
*JP


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